José Antônio, no IML.

Um comerciante de 23 anos registrou, ontem, uma grave denúncia contra policiais militares. José Antônio Ferreira Júnior, morador na Vila das Torres, Prado Velho, afirma ter sido espancado e assaltado por dois PMs, fardados, do 13.º Batalhão, sem ter cometido qualquer delito. A queixa foi registrada no quartel da corporação, que promete averiguar o caso.

José Antônio conta que, na noite de quinta-feira, foi a um culto numa igreja evangélica próxima ao estádio Durival de Britto e depois encontrou-se com a namorada num shopping da Avenida Sete se Setembro. Aos 30 minutos da madrugada de ontem, voltava para casa de bicicleta, quando foi abordado por PMs na Rua Iapó, Rebouças. “Já chegaram atirando para cima e chutando. Fui colocado no camburão”, relata o rapaz, que trabalha na mercearia da família, na Vila das Torres, Prado Velho.

Segundo ele, os policiais o acusavam de ter assaltado o dono de um carrinho de pipoca. José Antônio, que nunca teve passagem pela polícia, garante que é inocente. “Tanto que nenhuma vítima me reconheceu, e estou disposto a fazer qualquer confronto”, falou.

Módulo

O rapaz disse que foi levado para um módulo policial no bairro Mercês, onde teria prosseguido a sessão de espancamento. “Levei chutes, socos e golpes com cassetete nas costas, na boca e no peito”, falou o rapaz, que apresentava vários hematomas e escoriações, além de uma fratura no tornozelo supostamente provocada pelos chutes.

O comerciante foi finalmente encaminhado ao 3.º Distrito Policial, mas não permaneceu detido por ausência de provas. Ele ainda acusa os PMs de o obrigarem a segurar uma arma, o que poderia ser usado como prova, e de o ameaçarem jogar na represa do Passaúna. “Os R$ 75,00 que eu tinha no bolso e a minha bicicleta desapareceram”, acusa o rapaz.

Ontem, José fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, acompanhado pelos pais, e prestou queixa na Polícia Militar. Os nomes dos dois policiais acusados do espancamento – Timóteo e Arantes -, e o número da viatura por eles utilizada – 5136 – foram repassados pela vítima ao comando da PM.

A reportagem da Tribuna entrou em contato com a Polícia Militar, mas a corporação não deu informações sobre o caso.

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