As comemorações pela vitória do Brasil na Copa do Mundo, na tarde de ontem, resultaram em desavença e dois irmãos baleados. Anderson José Carneiro, 22 anos, morreu na hora com um tiro na cabeça, que entrou pelo rosto e atravessou a lateral do capacete que usava. O promotor de vendas Alan André, irmão de Anderson, 19, foi levado ao Hospital do Trabalhador com dois tiros de raspão, um na cabeça e outro na perna. Ambos são moradores no Bairro Novo, próximo de onde foram alvejados pelos disparos.
O atentado ocorreu na Rua Izaac Ferreira da Cruz, no Sítio Cercado, em frente à subestação da Copel, logo que terminou o jogo da seleção brasileira. De acordo com familiares e amigos dos irmãos, o responsável pelo tiro seria "Pajé", conhecido no bairro por seu histórico criminal e suas atitudes violentas. "Ele já deve ter matado uns três ou quatro", disse Elaine, irmã das vítimas.
Leandro Costa, amigo dos irmãos, conta que eles andavam de moto, em grupo, pela Rua Izaac Ferreira da Cruz – Anderson e Allan estavam na Bizz placa AKX-0730 – quando em frente a uma escola encontraram-se com "Pajé", morador da Vila Parigot, no Sítio Cercado. Leandro conta que, para evitar confusões, os irmãos deram meia-volta e foram embora. Porém "Pajé" os seguiu, também de moto, e quando os alcançou, atirou. Leandro não soube dizer o motivo pelo qual "Pajé" teria atentado contra os dois irmãos. Apenas disse que o atirador é bandido perigoso, conhecido na região.
Motivo
Elaine, irmã das vítimas, também não sabe o motivo pelo qual "Pajé" estaria atrás dos rapazes. "Não sei se é rixa ou inveja. Quando morávamos no Xapinhal, ele já tentou atirar nos meus irmãos. Acabamos tendo que nos mudar do local", disse a jovem.
Moradores locais, que conheciam as vítimas, ainda relataram à polícia que "Pajé" estaria vingando a morte de uma moça, moradora do bairro. Anderson e Allan, disseram os moradores, estariam envolvidos na morte dessa moça. Atenderam à ocorrência o soldado Lazarotto e o cabo Roberval, do Projeto Povo Bairro Novo -13.º Batalhão.
Gangue atira em dois adolescentes
Valéria Biembengut
A gangue dos "Arteiros" voltou a aterrorizar os moradores da Vila Sabará, na Cidade Industrial. Desta vez, integrantes do grupo balearam dois garotos. Os estudantes Emerson Ricardo dos Santos, de 13 anos, e Jhonatan de Oliveira Fernandes, de 15, foram atingidos por vários tiros quando conversavam na frente de suas casas, às 21h30 de sexta-feira, na Rua Engenheiro José Muniz de Queirós.
Segundo moradores foi uma "chuva de balas". Os criminosos efetuaram mais de 20 disparos. Um acertou a cabeça e três o corpo de Emerson. Jhonatan levou um tiro no pescoço e outro nas costas. Em estado grave, os adolescentes foram atendidos por socorristas do Siate e levados ao Hospital do Trabalhador, onde continuavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com testemunhas, que preferem não ser identificadas por temerem pela própria vida, os autores do crime foram dois integrantes da "gangue dos Arteiros". Um deles chamado Robson, apelidado de "Do Norte", e o outro conhecido pelo apelido de "Cemika".
Familiares dos garotos falaram aos policiais da Delegacia de Homicídios que desconhecem o motivo do atentado e afirmaram que os dois não têm inimigos. Algumas pessoas, que estavam em um bar nas proximidades, contaram que apenas ouviram os disparos. Quando os tiros cessaram, eles saíram e viram os estudantes agonizando no chão e acionaram o Siate.
Rivalidade
Faz muito tempo que a Vila Sabará exibe cenas de violência semelhantes às das favelas cariocas. O local é dominado por três gangues: "os Anjos", "dos Arteiros" e "do Tiriva". Segundo denúncias feitas por moradores, as gangues foram formadas há mais de dez anos, mas no início a rivalidade era só entre os integrantes. Alguns anos depois, os grupos começaram a ficar mais violentos e se envolveram com tráfico de drogas e assaltos.
