Enquanto não sai a lista de mortos e feridos na rebelião da Penitenciária Central do Estado (PCE) e não se acha solução para os detentos que ficaram sem cela, o clima fica tenso dentro e fora das prisões. Hoje faz uma semana que o motim começou.

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Segundo Oscar Moreira, presidente da organização não-governamental Amigos Nova Jerusalém Organização Social (Anjos), que trabalha em apoio a presidiários e ex-presidiários, quem estava na frente da PCE, ontem de manhã, ouviu vários tiros. “A falta de comunicação, de informação por parte da direção da cadeia é terrível. São milhares de familiares que ficam se perguntando se o parente está bem.”

PCC

Presos de cadeias começaram a fazer greve de fome. O ato foi confirmado em Fazenda Rio Grande, Guaratuba, Matinhos e Londrina. Segundo explicou a esposa de um dos detidos em Fazenda Rio Grande, os presos estão solidários com os “irmãos” da PCE.

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“Eles querem que a situação lá no presidio seja solucionada logo. Foi ideia do PCC”, revelou. O PCC (Primeiro Comando da Capital) é uma facção criminosa que age em presídios.

A namorada de um preso disse que as mulheres que estão no presídio feminino, que tem marido preso na PCE, foram colocadas na solitária, para que não incitar uma rebelião. Está prevista para hoje, a partir das 13h, uma manifestação dos familiares do presos na frente da Vara de Execuções Penais (VEP) e passeata até o Fórum.

Sem lugar pra todos

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No final da tarde de ontem, o diretor da PCE, Gamaliel Galvão Filho, disse que já tinha alojado 600, dos cerca de 1.500 presos. “Temos a previsão de abrigar mais 200. Oitocentos é o número máximo que a atual estrutura pode comportar”, explicou. A transferência para Prisão Provisória de Curitiba, no Ahu, de mais 400 presidiários, ainda não tem data para ocorrer.

Em outras penitenciárias do Estado, a informação que os presos da capital poderiam ser transferidos alterou a rotina. Em Cornélio Procópio, os agentes penitenciários fizeram pente-fino e apreenderam sete aparelhos celulares e várias facas feitas dentro da cadeia (estoques). Outros presídios deverão passar por vistorias nos próximos dias.

Identificados

Até agora, quatro, dos seis mortos confirmados na rebelião, foram identificados como Michel Pasa, 32 anos, Orlando Quartarolli, 24, Alexandre Carlos Simões, 21, e Carlos Alexandre Caetano, 30.