Na noite de domingo (19), cinco presos fugiram da Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC), no bairro Tarumã. Um dos deles foi recapturado a poucas quadras do local, outros quatro estão sendo procurados.
No momento da fuga, nove presos estavam em uma cela improvisada de menos de dois metros quadrados de tamanho. Sem carceragem à disposição, o delegado Hormínio de Paula Neto, criou um espaço para deixar os presos, mas por pouco tempo.
Como tem recebido homens além da cota para o cubículo, o delegado improvisou uma ampliação do espaço, colocando mais uma grade para reforçar a segurança. Mas a fragilidade do material facilitou a fuga.
‘Pela falta de segurança deixo os presos algemados, mas eles conseguiram, com uma peça improvisada, abrir as algemas de pernas, empurraram a grade, que é um tanto frágil, saíram no pátio e depois forçaram o portão eletrônico e foram para a rua‘, conta.
O problema da falta de espaço em sua delegacia e da improvisação já foi levado ao conhecimento das chefias dos setores responsáveis e Hormírio reclama da demora em ter uma resposta aos pedidos de transferência.
‘O departamento tem ciência que aqui não tenho condições de abrigar ninguém por um tempo maior. Domingo, foi feita a solicitação para a transferência e não foi possível‘, relembra.
Hormídio reclama da falta de atenção com o problema da superlotação que atinge todas as delegacias, lembrando que há pouco mais de dez dias o problema gerou fuga, rebelião em Pinhais, deixando três policiais feridos, um deles entre a vida e a morte.
O temor pela vida dos policiais que estão nas delegacias também é constante. ‘Se acontece alguma coisa com os presos, tenho responsabilidade; se acontece com os policiais tenho não só a responsabilidade, mas também a minha consciência pelo que ocorrer com eles. É preciso aprofundar os estudos e verificar a solução plausível para esta situação‘, pede Hormídio.