Cargo vago

Cid Vasques pede exoneração da Secretaria de Segurança

O secretário estadual de Segurança Pública, Cid Marcus Vasques, reuniu-se com o governador Beto Richa (PSDB), no final da tarde desta terça-feira (18) e entregou pedido de exoneração. O Palácio Iguaçu foi pego de surpresa pela atitude de Vasques, mas aceitou o pedido. O agora ex-secretário envolveu-se em mais de um imbróglio com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), no qual é procurador de Justiça.

Vasques estava afastado para comandar a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e teve seu pedido de renovação de afastamento negado pelo MP em duas decisões no final de 2013. Porém, o secretário obteve uma liminar na Justiça que garantiu sua permanência no cargo até que o mandado de segurança fosse julgado. Ele conseguiu decisão favorável, inclusive, no Superior Tribunal Federal, em Brasília.

O ex-secretário também esteve no centro da polêmica do rodízio de policiais civis e militares que atuam no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), imposto em 2013. O rodízio foi encerrado por ordem do governador Beto Richa. “Um secretário deve ser disciplinado. Eu aceito a decisão do chefe do executivo estadual. Sou um homem de convenções, apesar de ter minha opinião formada sobre o assunto, que já deixei clara várias vezes”, declarou Vasques no final do mês passado.

Em carta de renúncia divulgada no início da noite desta terça-feira, o ex-secretário diz que aceitou a missão de reduzir a criminalidade no Paraná e assim o fez. “Alcançamos resultados surpreendentes nesse curto espaço de tempo”, escreveu, citando queda de 18% nos homicídios e a aquisição de 1.220 viaturas. Vasques também frisou que setores do Ministério Público se interpuseram a sua permanência na Sesp.

“Por entender que garantias constitucionais básicas estavam sendo agredidas, tive de bater às portas do Poder Judiciário. Obtive diversas decisões favoráveis, inclusive do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Min. Joaquim Barbosa. As inúmeras decisões positivas, colhidas no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e, até mesmo, no STF, representam uma demonstração inquestionável de que algo estava errado na incansável tentativa de me afastar da Sesp”, escreveu. Afirmando que deixa o cargo com a consciência limpa, Vasques declarou que retorna ao MP para “perseguir o interesse público”.

O governador Beto Richa indicou Walter Gonçalves, atual chefe de gabinete da secretaria, para responder interinamente pela pasta.