Chuvas atrapalham os treinos do GP da Bélgica

Spa-Francorchamps – "Se estiver chovendo desse jeito domingo, não dá para ter corrida." Quem decretou a ameaça ao GP da Bélgica foi o piloto que mais torce por água em Spa-Francorchamps, e um dos maiores especialistas em piso molhado da Fórmula-1, Michael Schumacher. Não foi o único.

O toró que despencou sobre o circuito ontem assustou mesmo os mais acostumados com a instabilidade do clima na região das Ardenas. Ele veio exatamente quando começava o segundo treino livre para a 16.ª etapa do Mundial.

O dia começou com sol e muitas nuvens. A pista estava úmida, mas foi secando na medida em que os carros passavam. O primeiro treino aconteceu sem problemas e teve o resultado esperado, com a McLaren na frente: Kimi Raikkonen em primeiro, Alexander Wurz, seu piloto de testes, em segundo.

Aí o céu fechou e veio a tempestade, no início da tarde. Vitantonio Liuzzi, da Red Bull, arriscou ir para a pista. Na freada para a Les Combes, uma chicane no início da volta, seu carro aquaplanou e ele se espatifou no guard-rail. Robert Doornbos e Fernando Alonso saíram dos boxes também, mas não fecharam voltas. Os demais ficaram dentro da garagem, sequinhos.

Durante uma hora, o público em Spa ficou vendo água caindo no asfalto. "Era impossível andar. Estava perigoso demais", disse Jenson Button, da BAR. "Só se fosse de barco", brincou Schumacher. Pierre Dupasquier, da Michelin, preferiu não fazer graça com a situação. "A previsão que temos para sábado e domingo é a mesma. E se chover assim, não dá para correr. Não há pneu no mundo capaz de drenar tanta água."

No ano passado, o tempo atrapalhou bem o GP belga. No sábado, o primeiro treino livre do dia foi cancelado porque a neblina impedia pousos e decolagens do helicóptero médico. O segundo começou atrasado e durou 13 minutos, até Gianmaria Bruni bater.

A definição do grid, a partir das 8h de Brasília de hoje, está menos ameaçada, porque os carros vão para a pista um a um, em voltas individuais. O problema é mesmo a corrida, com 20 no grid, visibilidade nula e água empoçada numa pista de altíssima velocidade e retas enormes.

Caso a chuva venha com a intensidade que se imagina domingo, a prova que pode decidir o título terá sua largada adiada a cada 15 minutos, até que seja possível correr. É bem provável que ela comece com o safety-car. "Acho que vai ser o caso", falou Schumacher, que enxerga na água a única chance de conseguir um bom resultado em Spa. "Falei tanto nisso que nossos torcedores capricharam na dança da chuva", falou o ferrarista.

Faz tempo que a F-1 não tem um GP molhado. O último que exigiu o uso de pneus de chuva, e nem todos largaram com eles, foi em Interlagos no ano passado.

Venda da Minardi está pela boa

Spa-Francorchamps – É iminente a conclusão das negociações entre a Red Bull e Paul Stoddart, dono da Minardi. A equipe deve ser vendida para a empresa de bebidas energéticas, que assim passaria a ter dois times na Fórmula 1 no ano que vem. Stoddart é dono da Minardi desde o final de 2001. A equipe estreou na categoria em 1985.

O plano da Red Bull é usar a Minardi como plataforma de lançamento e preparação de pilotos para a equipe principal. Se a compra for fechada, lá devem correr no ano que vem Scott Speed e Vitantonio Liuzzi. O comando já está definido, com os ex-pilotos Gerhard Berger e Helmut Marko trabalhando como chefes de equipe.

Nome para o novo time ainda não há. Mas pacote técnico, sim. A "Red Bull-Minardi" correrá com o carro atual da Red Bull, usando o mesmo chassi e os mesmos motores Cosworth V10 com limitador de potência, já que no ano que vem o regulamento prevê o uso de V8. A Red Bull principal, cuja dupla será formada por David Coulthard e, muito provavelmente, Christian Klien terá motores feitos pela Ferrari.

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