Anderson Tozato
Equipamento usado para clonagem.

A alta tecnologia usada pelos bancos, para que sejam evitados roubos e fraudes nos caixas eletrônicos, seria facilmente burlada, na tarde de ontem, por um simples circuito eletrônico chamado ?chupa cabra?. O paulista Marcos Alberto de Souza, 35 anos, foi preso em flagrante tentando instalar a engenhoca no Bradesco da Avenida Brasília, no Novo Mundo. O circuito seria capaz de ler as informações bancárias de quem utilizasse o terminal. Horas ou dias depois, Marcos voltaria na agência e, com a ajuda de um computador, leria as informações e clonaria cartões, com os quais conseguiria fazer saques e outras operações nas contas das vítimas.

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Por volta do meio-dia, o vigarista foi flagrado pelo vigilante do banco, tentando instalar o circuito num dos terminais eletrônicos. Ele tinha uma réplica do painel da máquina, da parte onde há o leitor de cartão. Atrás do falso painel, ele instalou o ?chupa cabra?, alimentado por pilhas e dotado de um chip, que armazena dados. O painel seria colado em cima do original, com fitas adesivas e colas de alta abrasão, de forma que ninguém percebesse a falsidade. Ao inserir o cartão no caixa, o cliente teria todos as suas informações bancárias lidas e copiadas pelo equipamento, incluindo a senha. Marcos foi visto pelo vigilante quando já estava com quase todo o serviço concluído.

Polícia

Ao notar Marcos com as ferramentas e o painel do caixa nas mãos, o vigilante chamou a Polícia Militar. Como percebeu que o segurança o tinha descoberto, o bandido fugiu, deixando o falso painel para trás. Ele foi alcançado pelos policiais militares quando trafegava pela BR-476 (antiga BR-116), na Vila Ipiranga, Capão Raso. Na revista ao Pálio que Marcos usava, os policiais encontraram um teclado e um mouse de computador, quatro espátulas, duas tesouras, duas bisnagas de cola e 21 cartões – cinco com bandeiras de empresas de crédito e outros 16 em branco, provavelmente já gravados com dados de vítimas.

Ele confessou aos soldados Estela e Halama, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, que veio de São Paulo só para cometer o crime e já iria retornar. Ele ainda disse que o ?chupa cabra? é facilmente encontrado em São Paulo, ao preço de R$ 12 mil.

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