Antônio, o “Passarinho”,
foi preso pela homicídios.

Denunciado como sendo um dos barões do tráfico da Moradias Cajuru (situada atrás do prédio da Telepar até a BR-277, no bairro Cajuru), Antônio Edicláudio Alves, o “Passarinho”, 33 anos, foi preso por policiais da Delegacia de Homicídios na noite de terça-feira, naquela mesma região.

O delegado Stélio Machado, que comandou a operação, informou que “Passarinho” teve sua prisão decretada pela tentativa de homicídio, ocorrida às 21h do dia 5 de agosto, na Rua Jacinto Torres, Moradias Cajuru. Na ocasião, Abel de Moura Magalhães, 21 anos, foi ferido com um tiro na barriga, e três pessoas foram atingidas nas mãos. “Ele entrou na casa para matar todo mundo, mas acabou não dando certo”, relatou o delegado.

A polícia apurou que “Passarinho” tentou matar Abel para vingar a morte do presidente da Associação de Moradores da Moradias Cajuru, Paulo Silvano Cândido Macedo, o “Paulinho”, ocorrida dia 3, também na vila. “Na verdade são duas grandes quadrilhas que agem ali”, salientou o policial. Uma delas é integrada por “Passarinho” e tinha “Paulinho” como colaborador. A outra é chefiada por um homem conhecido como “Binando”, cujo braço direito é um indivíduo chamado “Feijão”, que é filho de “Bega”. A mulher é apontada por moradores do local – que denunciaram o tráfico na Moradias Cajuru, no final do mês de maio – como sendo uma das chefes do comércio de drogas.

Homicídio

O delegado Machado salientou que “Passarinho” responde há vários processos criminais. “Estamos apurando outros crimes. Também o indiciamos no inquérito do homicídio que vitimou Cristiano Jeferson de Souza, 17 anos, que aconteceu no dia 28 de junho deste ano”, adiantou o policial. O crime ocorreu na Rua Progresso, na Vila União, no Uberaba, às 17h30. “O Passarinho e um tal de Macarrão fizeram o Cristiano e um outro jovem, que estava junto com ele, a deitarem no chão. Após a humilhação mandaram o outro rapaz correr e dispararam contra a cabeça de Cristiano”, relatou o delegado.

Outros

Stélio disse que as investigações continuam no sentido de prender outros integrantes das duas gangues e de apurar todos os crimes praticados por “Passarinho” e seus comparsas. Ele solicitou às pessoas que reconhecerem o preso para que entrem em contato com a delegacia através do telefone 224-1348.

“Passarinho”, por sua vez, negou o envolvimento no atentado e no homicídio. Quanto ao tráfico de drogas, disse que deixou de comercializá-las há cinco anos, quando montou uma Casa de Carnes e mudou o ramo do comércio. “Já fui preso por assalto, mas paguei a pena. Faz anos”, argumentou.

Denúncia

No dia 27 de maio deste ano a Tribuna publicou a matéria intitulada “Denúncia: Quem manda aqui é o crime”. Cansados de viver em uma terra sem lei, os moradores procuraram o jornal para dizer que os traficantes haviam tomado conta da Moradias Cajuru. Eram estes criminosos os responsáveis por ajudar a população carente, com remédios, alimentos, e pagamento de advogados. Em troca os barões do tráfico ganhavam o “silêncio da população”.

As pessoas que denunciaram foram encaminhadas à Delegacia de Homicídios, já que alegavam que os traficantes eram responsáveis por mortes, e também à Promotoria de Investigação Criminal (PIC). A prisão de “Passarinho” é a primeira dos acusados pelos moradores e o delegado Stélio Machado promete: “não será a última”.

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