O local da matança, no
dia seguinte aos crimes.

Condenado no final da década de 90 a seis anos e meio de prisão por roubo de carro, em Londrina, Marcos Roberto Jardim Proceke, 31 anos, já poderia estar em liberdade há muito tempo, caso não tivesse se envolvido na chacina de Colombo. Ele não conhecia as nove pessoas que ajudou a matar e aparentemente sequer tinha motivo para matá-las. No entanto, tudo o que sabe sobre o crime também é mantido em segredo, quer para sua própria segurança – não deseja ser alvo de ?queima de arquivo? – quer para facilitar sua defesa, já que alega inocência. Ele permanece recolhido em uma cela da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP).

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A princípio Proceke admitiu ter ajudado a dominar e amarrar as vítimas. No entanto, negou ter atirado contra elas. Meses depois, em novo interrogatório, mudou a versão, afirmando que não ajudou Marcos Taverna em nada e que até tentou fugir do local quando assistiu a primeira morte – a de Rosa, que tentou fugir da casa – mas que foi obrigado pelo cúmplice a ficar na moradia até o final da chacina. Porém os sobreviventes o desmentiram, assegurando que ele participou ativamente de toda a trama, com arma em punho.

Proceke já estava na Colônia Penal Agrícola há um ano e quatro meses, quando conheceu Taverna. Porém não eram amigos. Nos fins de semana que tinha autorização para sair da prisão, ia para Londrina, visitar a família. Naquele Carnaval, porém, o Estado cortou a verba que destinava à viagem dos presos. Eles poderiam sair com portaria, mas teriam que arcar com as despesas.

Sem dinheiro, Proceke não sabia como iria viajar, e conforme declarou, aceitou o convite de Taverna para ir até a casa dele, no Alto Maracanã. O detento iria lhe emprestar R$ 100,00 e o levaria para a Rodoferroviária. Ao invés disso, Taverna o deixou na casa de uma tia, no Rio Verde, dizendo que mais tarde iria apanhá-lo. Reapareceu no começo da noite, já armado – com uma pistola e um revólver – e então o levou para a casa de Hélio Duarte, comentando que iria apanhar alguma droga. Ocorreu a chacina e ambos fugiram. Proceke diz que voltou a pé para a casa da tia e Taverna escapou de bicicleta. Ainda naquela noite, o cúmplice o procurou novamente, deu o dinheiro prometido e a mochila que tinha ficado na casa dele e Proceke conseguiu viajar. Foi preso dois dias depois.

Um lar de novo!

Depois de sofrer reformas, a casa em que houve a chacina é ocupada por outra família, que vive em paz.
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Atualmente a casa em que ocorreu a chacina, no Alto Maracanã, é ocupada por uma família de comerciantes. Eles adquiriram o imóvel através da imobiliária local. Realizaram uma reforma e asseguram que estão satisfeitos. A proprietária revelou que não teve medo em ocupar a casa e que, depois das mortes, nenhum viciado voltou a procurar o lugar. Sua única dificuldade é conseguir uma empregada doméstica, já que as candidatas se recusam a trabalhar ali, por conta do passado sangrento do imóvel. (MC)

Quem  tiver informações que possam levar ao esclarecimento total da chacina de Colombo, pode procurar a polícia, mesmo que anonimamente, ou entrar em contato com a Tribuna, pelo e-mail policial@tribunadoprarana.com.br.

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