Celular de seqüestrado leva quadrilha ao xadrez

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Edelcio, Marailton, Alvino e Marcelo, autores de seqüestros.

O telefone celular de uma vítima foi o grande responsável pela prisão de uma quadrilha acusada de praticar seqüestros relâmpago em Curitiba, principalmente no Alto da XV. A prisão dos quatro integrantes aconteceu no início da tarde de ontem, na saída de uma agência do HSBC, em Pinhais. Naquele momento, a vítima ainda estava em poder dos seqüestradores. Os detidos foram identificados como Marailton Martins das Neves, 23 anos, e Marcelo Cícero das Neves, 27 (irmãos); Edelcio de Souza Pires, 21, e Alvino dos Santos Moraes, 23. Todos foram encaminhados à delegacia de Pinhais. A Polícia Militar, responsável pelas prisões, acredita que a quadrilha esteja envolvida em outros delitos.

Seqüestro

Por volta do meio-dia, a vítima – um administrador de empresas de 37 anos – estava transitando com seu veículo (Pólo) pelo Alto da XV e tinha como destino o Pollo Shopping. Nas imediações, ele recebeu uma ligação em seu telefone celular, de um amigo solicitando a entrega de um objeto. "O objeto estava no porta-malas e resolvi encostar o carro para pegá-lo", explicou o administrador, que não desligou o aparelho. Enquanto abria o porta-malas, a vítima foi abordada por quatro indivíduos que se aproximaram com a desculpa de solicitar informações. Após ser rendido, o homem entrou no Pólo e permaneceu todo o decorrer do seqüestro (cerca de uma hora) sob a mira de armas. "Fica quieto que nada vai te acontecer", diziam os marginais. Por sorte, a vítima não desligou o telefone durante a abordagem e o amigo com quem falava ouviu as ameaças dos bandidos. Dessa maneira, o amigo acionou a polícia e contou que, no diálogo dos marginais, escutou que eles estavam se deslocando para Pinhais.

Dinheiro

A vítima foi levada para a agência do Itaú, em Pinhais, de onde os marginais retiraram a quantia de R$ 1 mil. Em seguida, foram para o HSBC, na esquina das ruas Jacob Macagnan e João Leopoldo Jacomel. Em frente a essa agência, três marginais desceram do carro e um permaneceu cuidando do seqüestrado. Do trio, dois foram para a esquina "cuidar" da movimentação e o terceiro – de posse do cartão bancário e senha da vítima – entrou no banco para retirar mais dinheiro. Por problemas no sistema, a operação de saque não pôde ser concretizada. Quando o grupo se reuniu novamente para fugir, foi surpreendido pela chegada das viaturas da PM de Pinhais. "Ninguém reagiu nem tentou escapar", informou o tenente Fernando Klemz. Com o grupo foram apreendidos um revólver calibre 38, uma pistola 765, dois relógios e recuperado o dinheiro retirado da vítima. "Eles faziam ameaças todo o tempo, mas não chegaram a me agredir. Falaram que me levariam até a praia", contou o administrador, ressaltando que esse foi o momento de maior tensão.

Quadrilha

Após a prisão da quadrilha foram obtidos os antecedentes criminais de cada um. Marailton tem mandado de prisão por homicídio, em Sumaré (SP), e roubo, em Piraquara. Marcelo, antecedente por porte ilegal de arma e Alvino é foragido da delegacia de Matinhos, litoral do Paraná, onde estava preso por furto.

De acordo com o tenente, o grupo é suspeito de ter praticado vários seqüestros relâmpago em Curitiba. "O modo de agir é muito parecido. As vítimas são abordadas no Alto da XV e são abandonadas juntamente com o veículo no Contorno Leste, em Piraquara, próximo à BR-277. Inclusive, os irmãos detidos moram perto desse local", explicou o policial militar. Klemz contou ainda que suspeita da participação da quadrilha em cinco seqüestros relâmpago e no roubo a uma empresa de gás, em São José dos Pinhais, de onde foram subtraídos R$ 20 mil, no mês passado.

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