Celina Abagge, 70 anos, uma das sete acusadas da morte do garoto Evandro Ramos Caetano, ocorrida em abril de 1992, em Guaratuba, não precisará mais se submeter a novo júri popular.
O juiz Daniel Avelar, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, emitiu ofício e extinguiu a punibilidade dela, em razão de sua idade. Desde o ano passado, os advogados de defesa já contavam com esta possibilidade, pois ao completar 70 anos, o tempo de prescrição da pena cai pela metade.
Porém, Celina disse que vai pedir ao juiz para se sentar ao lado da filha, Beatriz Abagge, outra acusada, quando acontecer o novo julgamento, com data ainda a ser marcada.
“Se ela não puder ficar no banco dos réus, ela quer ficar na primeira fila do plenário e servir de testemunha da filha”, contou um dos defensores, Rogério Oscar Botelho.
Júri
A defesa de Beatriz deverá contar também com o advogado Matheus de Almeida, especialista em júris. Ele atuou na defesa de outro acusado, Airton Bardelli, e conseguiu sua absolvição. Francisco Cristofolini também foi absolvido no mesmo julgamento, mas com outro defensor.
Os últimos três acusados do crime – Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira e David dos Santos Soares foram condenados a penas entre 18 e 20 anos de prisão.
Celina e Beatriz foram rés no mais longo julgamento da história da Justiça brasileira, com duração de 34 dias, realizado no Fórum de São José dos Pinhais, em 1998. Ambas foram absolvidas, porém o júri foi anulado pela 2.ª Câmara Criminal do TJ, que considerou que os jurados decidiram de forma contrária às provas dos autos.