Apesar de existir laudo da Polícia Científica, confirmando que e-mails de funcionários da Secretaria da Segurança Pública, Ministério Público e auditores da Receita Estadual tiveram suas mensagens de e-mails espionadas, e também o delegado-geral da Polícia Civil confirmar que o monitoramento de contas de e-mail de policiais é “preocupante”, a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) veio ontem a público dizer que a invasão não aconteceu.

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A ferramenta que possibilitou a espionagem das mensagens é o Expresso Livre Mail, sistema de e-mail e agentas desenvolvido pela Celepar e usado pelas 23 secretarias de Estado, Casa Civil, Procuradoria-Geral do Estado, Casa Militar, institutos, autarquias e entidades ligados a elas, além de 19 prefeituras e o Ministério Público. A denúncia publicada na Gazeta do Povo mostrou que e-mails de policiais e funcionários do alto escalão das polícias Civil, Militar e Científica, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Receita Estadual foram monitorados por um usuário chamado “Administrador Expresso Sesp”, que, além de ler mensagens, também podia apagá-las, escrever outras e enviá-las como se fosse o usuário da conta.

Laudo

A Gazeta publicou o laudo da Polícia Científica, confirmando a espionagem, numa veriguação solicitada pela Polícia Militar, que no ano passado, desconfiou que e-mails de oficiais eram monitorados. O laudo concluiu que não era só dentro da PM que aquilo vinha acontecendo e sugeriu que um inquérito fosse aberto para apurar a espionagem. O laudo ainda disse que a espionagem não era externa, e sim, vinda de dentro da própria Celepar.

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A PM confirmou ontem que uma sindicância está aberta para verificação. Mas não vai se pronunciar do caso porque ainda não há nada comprovado. Já o delegado geral da Polícia Civil, Riad Farhat, disse à Gazeta anteontem que a invasão estava sendo averiguada por equipes da Delegacia Eletrônica e do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber).

Resposta

A Celepar se manifestou ontem, em nota na Agência de Notícias do Paraná, de que nada disto aconteceu. “O fato está comprovado por análise técnica de registros históricos de acesso às contas, realizada no dia 2/2/2014, por técnicos da Celepar, acompanhados por representantes da área de Segurança Pública do Estado”, diz a nota, explicando ainda que o usuário “Administrador Expresso Sesp” é um usuário criado em 2004 como ferramenta de serviço, que foi muito usado no ano passado durante uma manutenção do sistema. “A situação (presença do suposto invasor nas contas de e-mail) era visível aos usuários, podendo ser eliminada individualmente a qualquer momento pelo detentor da conta e não gerou qualquer invasão às caixas postais, comprovado pelos relatórios técnico”.

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