Causas externas matam mais homens no Paraná

As chamadas ?causas externas?, como homicídios e acidentes de trânsito, matam três vezes mais homens que mulheres no Paraná, informa Inês Vian, diretora do Centro de Diagnóstico e Informações de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná. Ela diz que enquanto para ambos os sexos o motivo mais comum de óbito está relacionado às doenças circulatórias – representando mais de 30% dos óbitos registrados em 2003 – para os homens o segundo fator está vinculado a ?causas externas?, como homicídios e acidentes, correspondendo à 18,72% do total de mortes. ?Para as mulheres, os fatores externos só aparecem em quinto lugar, como causa de cinco por cento dos óbitos?, afirma Inês.

A diretora informa que os dados da Sesa indicam que os homens morrem por causas externas mais que as mulheres em todas as faixas etárias. Segundo ela, entre um e quatro anos, a mortalidade relacionada a esse fator é duas vezes maior em crianças do gênero masculino. Entre cinco e 14 anos, as causas externas matam 2,4 vezes mais homens e mulheres e entre 15 e 24 anos o número de óbitos masculinos passam a ser 6,2 vezes que os femininos.

Entre os fatores externos que mais matam estão as agressões e homicídios e os acidentes de trânsito. No Paraná, segundo dados da Sesa, a cada 100 mil habitantes, cerca de 45 homens morrem por ano em acidentes relacionados a transportes terrestres, enquanto que o número de mulheres fica em nove. Da mesma forma, por ano, as agressões e homicídios são responsáveis pelo óbito de 38,2 homens e quatro mulheres a cada 100 mil habitantes.

Embora os dados sejam de 2003, Inês afirma que as estimativas continuam atuais. ?As mudanças significativas são sentidas entre décadas, não de um ano para o outro?.

Tendências

Nos últimos 25 anos, segundo Inês, a principal causa de mortes no Paraná, assim como em todo o Brasil, está relacionada às doenças circulatórias. Inês afirma que óbitos dessa natureza acontecem mais nas regiões Sul e Sudeste. ?São mais comuns em regiões de maior desenvolvimento?, diz ela.

Quando não se considera o gênero, a segunda causa de morte atualmente é o câncer e, em seguida, vêm as causas externas. Na década de oitenta, as ?causas externas? estavam em segundo lugar como fator de mortalidade, seguido de perto pelas doenças infecciosas e parasitárias e o câncer.

Segundo Inês, essas mudanças se devem às transformações sociais e econômicas da sociedade. ?O envelhecimento da população fez com que doenças crônicas e degenerativas aparecessem mais?. Além disso, ela afirma que o aumento de áreas com saneamento básico, rede de esgoto e água potável contribuiu para a diminuição de doenças parasitárias e as afecções perinatais, ajudando na diminuição da mortalidade infantil.

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