O único sobrevivente do trágico acidente de trânsito ocorrido no final da noite de sábado na Avenida João Gualberto e que teve o saldo de quatro jovens mortos, continua internado no Hospital Evangélico. Há previsão que ele seja liberado amanhã.

A alta do hospital, no entanto, não significa que o garoto, de 17 anos, voltará para o convívio familiar. De acordo com o delegado Vilson Alves de Toledo, da Delegacia de Adolescente, o jovem está sob escolta policial e assim que tiver alta hospitalar será encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. “O flagrante ainda continua valendo”, informou o policial.

Se for comprovado que o menor era o condutor do veículo envolvido no acidente ele poderá ser responsabilizado pela morte dos colegas, enquadrado no crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) ou doloso eventual (quando o responsável, apesar de não desejar o resultado da ação, assume o risco). O crime tem pena máxima de 3 anos de internamento, por se tratar de menor de idade.

O delegado adiantou que até o final da tarde de ontem, nenhum documento relacionado ao acidente chegou às suas mãos. “A colisão foi atendida pelo Batalhão de Trânsito, que fez o boletim de ocorrência. O documento deverá ser entregue juntamente com o condutor do veículo”, disse o policial.

Investigação

O delegado Adonai Armstrong, da Delegacia de Trânsito informou que cabe a sua delegacia apenas investigar se há responsabilidade do proprietário ou responsável pelo veículo na entrega deste ao menor. A princípio, o carro foi apanhado escondido, sem o conhecimento de um responsável.

Adonai explicou que já conversou com alguns familiares das vítimas e descobriu que o carro envolvido na colisão, o Renault Mégane, placa AKC-6645, não pertence a nenhum familiar dos cinco ocupantes. As informações colhidas dão conta de que os jovens se reuniram na casa de um outro amigo para fazer uma confraternização. À noite, quando os pais do amigo não estavam em casa, pegaram o carro para dar uma volta.

Segundo o delegado, a proprietária da casa onde estava sendo realizada a festa e também do veículo está em viagem pelo exterior e deve retornar apenas no final do mês. O outro responsável, o pai, não estava na residência no momento em que os garotos saíram.

O que chama atenção neste caso é que o filho do proprietário do carro não estava no Mégane no momento da colisão. Ou seja, os amigos dele pegaram o carro e saíram sem conhecimento de nenhum responsável. Adonai afirmou que nos próximos dias deverá pedir o comparecimento à delegacia do proprietário do carro e de seu filho para esclarecer alguns fatos. “Quero saber como os jovens pegaram o veículo”, disse. O policial adiantou que nenhum deles será responsabilizado.

Acidente

No final da noite de sábado, o Mégane ocupado pelos cinco jovens com idades entre 16 e 18 anos se chocou violentamente contra um poste de iluminação pública, em frente ao Colégio Estadual do Paraná. Após a colisão, o carro começou a pegar fogo e antes de explodir, pessoas que acompanharam o acidente conseguiram retirar das ferragens apenas o condutor com vida. Os outros quatro ocupantes morreram carbonizados.

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