Foto: Walter Alves |
Arilson, rindo, disse que a vítima era ?ladrão?. continua após a publicidade |
Ao chegar em casa e perceber que havia alguém no terreno, o desempregado Arilson Oliveira Silva, 18 anos, não pensou duas vezes e agrediu o invasor a pauladas, na manhã de ontem, no Fazendinha.
A violência foi tanta que causou a morte do catador de papel Juarez dos Santos Guas, 38. Ele não resistiu aos golpes e morreu antes de receber atendimento do Siate. O agressor foi preso em flagrante por policiais militares e encaminhado ao 11.º Distrito Policial (CIC).
Logo que se aproximou de casa, na Rua Antônio Ferreira Lemos, por volta de 10h30, Arilson notou a presença de alguns catadores de papel, com carrinhos, nas imediações. Ele parou para conversar e não desconfiou de nada. Quando resolveu entrar em casa, encontrou Juarez saindo e partiu para a briga.
Walter Alves |
Juarez morreu no carrinho que usava para trabalhar. |
O catador ainda tentou explicar que havia entrado no terreno apenas para fazer suas ?necessidades?, porém não foi o suficiente para acalmar Arilson. Acreditando que se tratava de um ladrão, o morador pegou um pedaço de pau e espancou a vítima.
?Dei mais de oito pauladas. Acertei a costela e a mão dele?, confessou o agressor. Ele alegou que não foi a primeira vez que invadiram sua casa e que é comum ocorrerem furtos na região.
?Ele não entrou para defecar. Ele estava roubando?, defendeu-se Arilson.
Amigo
Ferido, Juarez foi rapidamente socorrido por seu amigo Gilsenei, que o esperava na rua. Ele colocou a vítima no carrinho e a carregou até a Rua Rezala Simão, em busca de ajuda. Porém, o catador não resistiu e quando o Siate chegou, já estava morto.
Walter Alves |
Gilsenei quis socorrer o amigo. |
Os policiais militares Sidnei e Vinicius, do 13.º Batalhão, foram chamados e, acompanhados de Gilsenei, foram até a casa de Arilson, onde realizaram a prisão. Gilsenei, que testemunhou o crime, garante que seu amigo não queria furtar objetos da casa. ?Tanto é que ele estava voltando sem nada nas mãos?, lembrou.
Quando a morte de Juarez foi constatada, muitos populares e curiosos se aglomeraram em volta do carrinho, entre eles amigos da vítima. ?Ele era um companheiro nosso, lá da Vila Estrela?, informou Lair, também catadora de papel. ?A gente tomava uns goles juntos?, lembrou, emocionada.