Acabou a impunidade para quem gosta de chamar a polícia só para ver os soldados perder seu tempo, deixando outras áreas desguarnecidas. A partir de agora, as pessoas que forem flagradas passando trotes ao 190 serão detidas, encaminhadas a delegacias e podem ficar presas. A primeira detenção aconteceu na quarta-feira. Uma mulher, de 64 anos, que há mais de um ano passava trotes para o telefone de emergências, foi detida no Bairro Alto e encaminhada ao distrito da área. Parentes provaram que ela sofria de problemas mentais e a mulher foi liberada.
Porém, um rapaz, de 26 anos, detido pelo mesmo motivo em 4 de junho, teve sua pena divulgada na quinta-feira. Ele recebeu uma pena alternativa, que pode ser prestação de serviços à comunidade. Naquele dia, sem ter nada o que fazer, ele ligou para o 190 avisando sobre o furto de uma moto, da 1h28 às 2h40. Os policiais do Cine – Central Integrada de Emergência – conferiram a placa dada pelo solicitante já na primeira ligação, mas o número não existia. O rapaz ligava de um telefone público, próximo a um ginásio de esportes da Rua Hamilton Luiz Uba, em São José dos Pinhais, e, ainda com o fone nas mãos, foi surpreendido pela PM.
Solução
Das cerca de 8.500 ligações recebidas pelo Cine, 46% são trotes, 14% pedidos de informações diversas e 18% telefonemas de pessoas que não falam nada. Apenas 22%, ou seja, cerca de 1.890 chamadas são ocorrências reais. Os trotes mais comuns são dados por crianças que ligam de orelhões nas imediações de escolas. Quando detidas, elas serão encaminhadas ao Conselho Tutelar e seus pais avisados do ocorrido.
Esse tipo de ligação ao 190 aumentou desde que foram unificados os telefones de emergência, reunindo em um só número as solicitações para o Corpo de Bombeiros, polícias Militar e Civil e Batalhão de Trânsito. “Como os trotes estão congestionando o atendimento, decidimos usar os dispositivos legais para deter quem faz mau uso do serviço”, explicou o major Jorge Costa Filho, chefe da Central. Nos últimos dois meses, o Cine monitorou os telefones, dos quais são passados o maior número de ocorrências falsas. Com essa relação, policiais à paisana patrulham as imediações desses telefones, na maioria orelhões, para deter os inconseqüentes.