Policiais revistam jogadores: cassino funcionava antes no Boqueirão. Foi fechado pela polícia e reabriu no Tarumã. O gerente conseguiu escapar, mas a polícia já sabe seu nome. |
Por volta das 17h, os policiais invadiram o cassino e surpreenderam os jogadores e alguns funcionários. Mais de 30 jogadores foram conduzidos à PIC, onde foi lavrado um termo circunstanciado. Todos foram levados em um ônibus da Polícia Militar. O promotor Dartagnan Abilhoa, coordenador da PIC, informou que o jogo de azar é proibido de acordo com o artigo 50 da Lei de Contravenções Penais. Todas as pessoas que ali estavam irão responder a um termo circunstanciado. Socorristas do Siate também acompanharam a operação, já que a maioria dos jogadores era de senhoras idosas.
Cassino
O cassino clandestino estava funcionando em um barracão. Escaldado, o proprietário resolveu deixar o portão de aço, de mais de 2 metros, fechado, e colocou um "olho mágico". Na frente ficava o "olheiro" que verificava a movimentação de carros na rua, antes de abrir o portão para algum jogador entrar ou sair. Os clientes guardavam o carro em um grande estacionamento coberto. Ao lado, havia uma sala de jogos contendo 34 máquinas de videobingo e video-pôquer. A estrutura era bem menor que a do cassino anterior, onde foram apreendidas 56 máquinas, que ainda estão recolhidas no 7.º Distrito Policial.
Campana
Os policiais do Serviço de Inteligência da Polícia Militar passaram dois dias de campana, fazendo filmagens. Alguns fatos chamaram a atenção. Um deles era o vaievém de um táxi Voyage, transportando jogadores, demonstrando que o cassino tinha o serviço disponível. O mesmo carro também foi visto no cassino que funcionava na Avenida Marechal Floriano Peixoto, fechado no dia 2 de fevereiro. Nas mesas, latas de refrigerantes e águas ainda geladas, indicando que o sistema havia ido desligado naquele instante.
Assim que os policiais bateram no portão, o porteiro demorou para atender e eles tiveram que pular o muro. Só depois que as máquinas estavam desligadas e o gerente (já identificado) deixou o local é que um homem abriu o cadeado.
Curiosidades
Um fato curioso é que enquanto a reportagem da Tribuna aguardava os policiais e promotores lotados na PIC chegarem, um Gol branco, placa AKB-6760, ocupado por dois homens e uma mulher, estava parado nas proximidades. Mas tarde constatou-se que o carro pertence a Secretaria Estadual da Segurança. O estranho é que quando os promotores e policiais chegaram, o veículo desapareceu rapidamente. O que o veículo e os supostos policiais estavam fazendo no local será investigado pela Promotoria de Investigação Criminal.
Durante todo o tempo em que os policiais e promotores vistoriavam o cassino clandestino, uma camioneta Dakota, placa AJR-0913, transitava vagarosamente pelo local várias vezes. A PIC também investiga qual o envolvimento do dono do veículo com o cassino clandestino.
Caça-níqueis no Capão Raso
Através de uma denúncia anônima, policiais do 8.º DP (Portão) descobriram uma pequena fábrica de máquinas caça-níqueis situada em uma residência na rua Ardinal Ribas, Capão Raso, no final da tarde de ontem. O proprietário do local e responsável pela montagem das máquinas foi detido, assim como seu ajudante, um adolescente de 17 anos. O homem de 44 anos, que é técnico em eletrônica, vai ser responsabilizado pelo crime de contravenção penal e assinará um termo circunstanciado. Em seguida, será colocado em liberdade.
Dentro da residência, o delegado Hertel Rehbein encontrou dez máquinas prontas para serem comercializadas e vários componentes eletrônicos utilizados para a montagem do maquinário. Segundo Hertel, as máquinas seriam comercializadas para o Rio Grande do Sul.
De acordo com o policial, quando ele chegou com sua equipe na referida moradia encontrou o adolescente trabalhando nas máquinas. O responsável havia saído para comprar componentes eletrônicos e quando retornou foi surpreendido pelos policiais. Pelas informações obtidas, a fábrica funcionava no local há quase um ano e a estimativa é de que tenham sido fabricadas cerca de 100 máquinas. Cada uma era revendida por R$ 1.400,00.
Todo o material apreendido vai ser encaminhado para o 8.º DP.
O detido contou que apenas faz a montagem da máquina com a colocação dos componentes eletrônicos. O gabinete de madeira, ele manda fazer em outro local. Ele confessou que trabalha com a fabricação das máquinas há pouco mais de três meses.