A polícia continua com a forte suspeita do envolvimento do sargento Edson Prado, lotado no Grupo Águia, no assassinato da artesã Maria Emília Cacciatore Florêncio, 48 anos, e no desaparecimento da filha dela, Vivian Florêncio, 3. A prisão temporária de Prado foi decretada ontem, e ele, que já estava recolhido no quartel da Polícia Militar, foi transferido para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT). O sargento tornou-se o principal suspeito do crime, uma vez que Maria Emília e ele teriam marcado um encontro, no último dia 4, para discutir sobre a pensão de Vivian. Foi naquele dia que ambas desapareceram.
De acordo com a delegada Márcia Tavares dos Santos, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Prado, sua mulher e pessoas do convívio dele, foram ouvidas por ela na quinta-feira. O objetivo da delegada era confrontar os depoimentos, para verificar se em algum momento o sargento mentiu ou se contradisse quanto ao seu envolvimento no desaparecimento de Vivian. Durante o interrogatório, o suspeito foi submetido a um teste de estresse de voz – espécie de detector de mentira -, porém o laudo ainda não foi emitido. Assim como nos interrogatórios conduzidos pela própria Polícia Militar e Delegacia de Vigilância e Captura, mais uma vez ele negou qualquer participação nos crimes.
Com a prisão de Prado, o caso foi desmembrado. A Delegacia de Homicídios está responsável pela investigação do assassinato de Maria Emília, enquanto o Sicride passa a trabalhar exclusivamente na busca por Vivian. Ontem completou sete dias que ela está desaparecida. Ainda na tarde de ontem o delegado Jaime da Luz, da Delegacia de Homicídios, foi até Campina Grande do Sul, onde a artesã foi achada morta na última quarta-feira. O delegado não foi encontrado para divulgar o resultado de suas diligências, porém é possível que ele tenha ido até o município vizinho na tentativa de identificar outros possíveis envolvidos no crime.
Desaparecida
Na busca pelo paradeiro da criança, a delegada Márcia divulgou várias fotos da menina, além de enviá-las às redações de vários jornais e emissoras de televisão. Ela tem esperança de encontrar a criança, porém afirma que quanto mais tempo isso demore, menores são as chances de achá-la com vida. ?Se a menina estiver morta, ela provavelmente foi enterrada em um lugar longe da mãe, para dificultar à polícia o trabalho de identificação?, acredita Márcia, lembrando que o criminoso jogou cal no corpo da mulher, justamente para acelerar o processo de decomposição e dificultar seu reconhecimento.
Sumiço
Mãe e filha desapareceram há uma semana, quando foram até a Praça Tiradentes, centro, onde Maria Emília iria se encontrar com Prado. A última vez que a artesã entrou em contato com sua família, foi enquanto o aguardava, atendendo uma ligação da filha de 11 anos, feita para seu celular. O sargento afirmou ter marcado o encontro, mas negou ter comparecido. A conversa seria sobre a pensão de Vivian, apesar de ele negar a paternidade da criança.
O relacionamento entre eles começou em supermercado de Curitiba, onde Maria Emília trabalhava como caixa e Prado fazia ?bico? de segurança. Vivian seria fruto deste romance, apesar de o sargento ser casado. Cientes da situação, os familiares da vítima insistiram para que ela cobrasse a pensão alimentícia do suposto pai de Vivian. A artesã morava com os três filhos, de 3 anos, 11 e 14, no bairro Barreirinha. Depois de ser encontrada morta, as duas crianças estão vivendo sob a guarda provisória dos tios.