Reviravolta

Caso do Morro do Boi tem novo desdobramento

Cinco meses após o crime do Morro do Boi, em Caiobá, e há exatos 133 dias da prisão do acusado Juarez Ferreira Pinto, 42 anos, a Polícia Civil, o Judiciário e o Ministério Público (MP) de Matinhos tiveram que se render a novas provas.

O ex-vigia Paulo Delci Unfried, 32, preso na quarta-feira da semana passada, confessou ter matado Osíris Del Corso e baleado a namorada dele, Monik Pegorari de Lima (que ficou paraplégica). Paulo foi detido por assaltar e estuprar a caseira de um condomínio, no balneário de Betaras, em Matinhos.

Paulo tentou se enforcar, ontem, na cadeia, e, depois de socorrido, confessou ao delegado Tadeu Bello ser o autor do crime. Às 17h30, o delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, e o titular da Divisão Policial do Interior (DPI), Luiz Alberto Cartaxo Moura, deram entrevista coletiva, informando que realizarão as investigações necessárias para apurar os novos indícios, pedidas pelo MP.

Cartaxo, responsável pelo indiciamento de Juarez, não admitiu que a polícia errou. “As provas eram substanciais, tanto que o Ministério Público e o Judiciário as acataram”, comentou.

No entanto, nenhuma prova material foi apurada contra Juarez. Todas as investigações se basearam em reconhecimentos, como o feito pela própria Monik, quando ainda estava no Hospital Vita, em Curitiba, e o de um casal que disse ter sido assaltado por Juarez há dois anos, no mesmo morro, além de outros que disseram tê-lo visto no dia do resgate da jovem.

Dúvida

Embora tivesse dito, na sexta-feira, que não tinha dúvida que Juarez era o assassino, Cartaxo pediu o exame de balística no revólver calibre 38, apreendido com Paulo, que comparado aos projéteis retirados do corpo de Osíris, deu resultado positivo.

A procedência da arma foi rastreada e verificou-se que ela foi adquirida legalmente em uma loja no interior do Estado, depois vendida para três pessoas diferentes e comprada por Paulo, entre 3 e 5 de janeiro. A partir de então, como o revólver foi apreendido com ele, possivelmente não saiu de suas mãos, até a data do crime no morro, em 31 de janeiro.

Os defensores de Juarez analisarão as novas provas para saber que providências tomarão daqui pra frente. Ontem, já davam como certa a soltura de seu cliente no final da tarde de hoje, porque haviam pedido o relaxamento da prisão ao juiz de Matinhos.

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