As ferramentas manipuladas cotidianamente por Nelson Neves de Melo, 59 anos, foram apanhadas por um bando de ladrões para matá-lo. A golpes de picareta, martelo e cabo de enxada, o caseiro foi morto em sua pequena residência, dentro da Cerâmica Fouan, quilômetro um da PR-423, bairro Itaqui, Campo Largo. Tudo para roubar um motor de compressor de dez cavalos, que custa aproximadamente mil reais.
O dono da cerâmica, Edson Luiz Lopes Vieira, acredita que Nelson acordou com o barulho e foi atacado ao sair para observar o que ocorria. A vítima, que morava sozinha e trabalhava na fábrica há cerca de dois anos, caiu sem vida na principal peça da casa, junto à porta de entrada.
O corpo foi localizado às 7h30 de ontem, mas a perita Vilma Benkendorf, ao analisar a coagulação do sangue esparramado pela casa, estimou que o crime ocorreu na noite de terça-feira. Um guardião, que se identificou como Pedro, ficou na fábrica até as 4h30 de ontem e disse não ter visto nada. “Mas eu mal saio do barracão. Mesmo que Nelson gritasse, o movimento das máquinas não deixa ouvir nada”, falou.
Furto
Há cerca de dois meses, o proprietário registrou queixa do furto de uma caixa de ferramentas de dentro da cerâmica. Na ocasião, os ladrões tentaram levar um outro motor de compressor, mas não conseguiram retirar o último parafuso – daí a suspeita de que os assassinos sejam os mesmos que entraram da primeira vez. Segundo Edson, a peça pesa cerca de 60 quilos e pelo menos quatro homens são necessários para carregá-la. Ele é usado em vários tipos de atividades, como mecânica de automóveis.
O investigador Antônio, da delegacia de Campo Largo, desconfia que os autores sejam moradores da região. “Devem ter carregado o motor pelas estradas que passam por trás da cerâmica”, suspeita o policial.
