Fábio Alexandre |
Assis: ?valoriza o preso?. |
Um casamento coletivo aconteceu, ontem à tarde, na capela da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara. No local, quatro detentos e suas respectivas companheiras se casaram numa cerimônia ecumênica e vários outros tiveram a oportunidade de regularizar diversas situações da área de Direito da Família.
Além das uniões, alguns presos puderam oficializar adoções, divórcios e reconhecer paternidades. A ação foi desenvolvida pelo programa Justiça Penitenciária, uma extensão do Justiça nos Bairros, coordenado pela juíza de Direito da 4.ª Vara de Família, Joeci Camargo.
Anita Crisanto, de 28 anos, e Jeferson Xavier, 30, não imaginavam que poderiam oficializar a união antes do rapaz cumprir sua pena (ele foi condenado a 12 anos de reclusão pela prática de tráfico de drogas e seqüestro, mas já cumpriu quatro). ?Nós nos conhecemos há sete anos. Antes de entrar aqui, eu já pensava em casar?, garantiu Xavier. Para Anita, o casamento dentro da penitenciária foi um grande passo para começar a ?consertar os erros?. ?Tivemos que adiar o casamento por causa das rebeliões que estão acontecendo por aí, mas graças a Deus deu tudo certo?, comemorou.
O projeto Justiça nos Bairros é desenvolvido pelo Poder Judiciário e também por estudantes de Direito de diversas faculdades de Curitiba. Na penitenciária, o projeto é realizado por acadêmicos da Universidade Tuiuti do Paraná.
Para o diretor da PCE, José Guilherme Assis, a ação é importante na medida em que valoriza o preso. ?Além de documentar as pessoas, o projeto propicia a cidadania e a integração social?, observou.