Jorge Luiz Costa Filho, de apenas quatro meses, sorriu para os policiais civis de Rio Branco do Sul, quando entrou na viatura policial, nos braços de um investigador. O pai, Jorge Luiz Costa, 22 anos, que mostra sinais de distúrbio psicológico, mordia, fazia cortes de gilete, sufocava a criança e dava banho de água fria, entre outras agressões. Muito machucado e desnutrido, por estar mamando apenas água com açúcar, o menino deve ficar internado no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Os pais estão presos, ele pelas torturas e Suellen Ribeiro Lourenço, 18, pela conivência.
A Polícia Civil descobriu o crime por denúncia na manhã de ontem. Com apoio do Conselho Tutelar e da Polícia Militar, encontrou a criança machucada e foram atrás dos pais, que deixaram a criança com uma adolescente, de 12 anos, na noite anterior. A mãe foi presa nas redondezas e o pai fugindo dentro de um ônibus, quando percebeu que a polícia já os procurava.
A mãe afirmou à polícia que não denunciou porque era ameaçada de morte. Eles estão juntos há dois anos e só nos últimos meses ele se mostrou violento. Segundo investigadores, o homem faz as sobrancelhas como de mulher, e depila o corpo inteiro. Preso, ele tentou rebater cada um dos ferimentos encontrados na criança, porém com explicações que não convenceram a polícia.
Marcas
Além de mordidas pelo corpo, inclusive no rosto, agressão confessada pelo pai, a mãe revelou que o companheiro sufocava o menino, tampando-lhe as narinas e a boca. Quando a criança começava a fechar os olhos, Jorge começava massagem cardíaca. Isso ocorria desde que a criança nasceu, todos os dias, segundo a mãe. O torturador afirmou, em depoimento, que fez isso apenas uma vez, porque a criança chorava demais e incomodava o vizinho.
A criança usava apenas sacos plásticos e estava toda assada. As pernas tinham inúmeros cortes, até na sola do pé, que parecem ter sido feitos com aparelhos de barbear descartáveis. Na testa, o bebê também tinha cortes, como provocados por unhas ou pancadas. A mãe ainda revelou que a criança estava sendo amaentada apenas com água e açúcar. Estava tão desnutrida, que os ossos da coluna apareciam.
“A mãe nos falou que aquela criança ia morrer se não fosse a denúncia. Todos que trabalharam neste caso hoje saíram aqui da delegacia com dor de cabeça, sentindo um enorme mal-estar pelo que viram e ouviram. Mesmo nós, policiais, que já vimos dezenas de coisas feias, essa mexeu demais com a emoção de todos nós”, afirmou um dos investigadores, chocado.