Do quarto em que dormiam, duas crianças de cinco e seis anos escutaram gritos de socorro e, em seguida, cerca de seis tiros, às 4h30 de ontem. Naquele instante os pais delas, Armando Soares Lopes, 36 anos, e Daniele Cristian de Lima, 24, eram executados por dois desconhecidos que haviam entrado na casa da família, na Rua Maria Rita das Chagas Lima, São Braz. A polícia não tem dúvida de que o tráfico de drogas está por trás do assassinato do casal.
Antecedentes
Armando já respondeu a um inquérito por tráfico, na Delegacia Antitóxicos, e outro por receptação, na Furtos e Roubos de Veículos. A polícia apurou que ele não teria abandonado o mundo do crime – no último verão teria sido preso no balneário de Ipanema, Pontal do Paraná, sob acusação de vender drogas numa lanchonete que havia arrendado. “Há informações de que ele e Daniele, sua amásia, eram usuários e vendiam tóxicos em Curitiba. Havia muita movimentação na casa deles”, disse o delegado Rubens Recalcatti, do 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade), que participa da investigação junto ao delegado José de Deus, da Homicídios.
No local do crime, a Polícia Militar apurou que dois homens fugiram numa motocicleta Yamaha logo após os disparos. Não havia sinal de arrombamento na porta – um indicativo de que vítimas e assassinos se conheciam. Daniele foi assassinada na sala, ao lado do sofá, e Armando caiu morto na cozinha, numa possível tentativa de fugir dos criminosos.
Ameaças
Segundo Recalcatti, Armando teria comentado na véspera de ser morto que precisava fugir de um indivíduo que viria atrás dele. “Alguns dias atrás, uma mulher armada teria ameaçado Armando. Ele estaria devendo cerca de R$ 10 mil a ela, referentes à compra de um quilo de crack”, revelou o delegado. Esta mulher, cuja identidade a polícia já tem indícios, seria responsável pela distribuição da droga proveniente de Mato Grosso em Curitiba. “É tráfico pesado”, comentou o delegado.