Garota de 16 anos e um rapaz, de 15, foram as vítimas de um crime estarrecedor. |
A bela paisagem de uma chácara entre o Parque Náutico Iguaçu e o canal extravasor do rio, em São José dos Pinhais, serviu de contraste para uma cena tétrica, presenciada pela polícia e moradores da região. Presos a uma árvore e amarrados pela mesma corda de náilon, um rapaz e uma garota foram encontrados mortos às 11h30 de ontem, nos fundos da Vila São Domingos. Silvana Francisco Alves, 16 anos, com as calças arriadas, pode ter sido vítima de violência sexual, e Alécio Plens Medeiros, 15, com a blusa de moleton envolvendo a cabeça, foi agredido antes de os dois serem assassinados por enforcamento.
O dono da propriedade, Carlos Roberto França, 46 anos, disse que a única casa da chácara é recém-construída e por enquanto está desabitada. O fato de não haver outras moradias próximas dificultou a tarefa da polícia de encontrar testemunhas oculares do crime. O único acesso à chácara é um portão de madeira que estava trancado a cadeado. A suspeita de Carlos é que vítimas e autores passaram pela cerca de arame farpado que separa o terreno do Parque Iguaçu.
Hipóteses
Alguns detalhes percebidos pela polícia levaram às primeiras suposições sobre o assassinato. A cueca do rapaz foi achada dentro de um pé do seu tênis, lado dos corpos, e a calça que ele vestia estava do lado avesso. Indicativos de que estaria nu quando foi surpreendido pelo criminoso. Ele tinha hematoma no olho e inchaço na boca, possíveis marcas de agressão. Já a garota teve a calça e calcinha arriadas e apresentava sangramento na região genital. A necropsia do Instituto Médico-Legal irá comprovar se ela foi estuprada antes de ser morta.
Os assassinos enlaçaram quatro vezes o pescoço de cada uma das vítimas usando um corda de 7,5 metros de comprimento. A polícia não localizou documentos que pudessem identificar as vítimas e os curiosos que se aglomeravam ao redor dos corpos não as reconheceram. “Pode ter sido crime passional. Mas a investigação cabe à Polícia Civil”, disse o sargento Amarildo, do 17.º Batalhão da PM, que atendeu o caso.
Identificação
Pelo estado dos cadáveres, a polícia acredita que o crime tenha sido cometido entre a noite de sábado e a madrugada de ontem. A perita Ana Maria Graton, do Instituto de Criminalística, afirmou que o laudo do IML irá comprovar se ambos foram realmente mortos por enforcamento, embora não houvesse outros sinais de violência, como tiros ou facadas. “Com certeza não foi suicídio”, acrescentou a perita.
Os corpos foram identificados posteriormente, no IML. Silvana morava na Vila Arapongas e Alécio, na Colônia Rio Grande, ambos em São José dos Pinhais. Policiais da delegacia da cidade já iniciaram as investigações.