Uma mulher foi morta e o marido dela foi ferido a tiros, na frente dos filhos, na Rua Ademir Cordeiro de Lima, já conhecida como a “rua do medo”, situada no violento Jardim Holandês, em Piraquara. O assassinato aconteceu no início da madrugada de ontem. Os moradores da região estão amedrontados, pois em menos de duas semanas este foi o terceiro atentado contra casais moradores naquela rua. Das seis pessoas baleadas, três morreram (inclusive uma jovem grávida de oito meses) e três ficaram feridas gravemente.
Segundo testemunhas, Magna de Souza, 22 anos, o marido, identificado apenas como “Juninho” e os dois filhos do casal, foram visitar a mãe de Magna, que mora nas imediações. No retorno à residência, no momento em que parava o carro na frente da casa deles, foram abordados por dois homens armados. A mulher, que já descia do automóvel, foi ferida com dois tiros e morreu ao lado do carro. “Juninho” foi ferido com um tiro no pescoço e foi levado pelo vizinho ao Hospital Cajuru. As crianças, que estavam sentadas no banco de trás, por pouco não foram atingidas pelas balas. Assustadas, foram atendidas por vizinhos e encaminhadas para a casa da avó, de onde haviam saído momento antes.
Silêncio
Segundo o policial militar Marcelino, do 17.º Batalhão, os vizinhos não deram detalhes de como era a vida do casal, apenas que os bandidos estavam escondidos, esperando que eles chegassem em casa. “Esta rua é perigosa e em todos os casos as pessoas tem medo de falar, de se envolver e se tornar um alvo para os assassinos”, contou o policial.
Na semana passada, o servente de pedreiro João Paulo Teodoro, 20, e a sua esposa, Eloina Rocha Firmino, 37, caminhavam para casa, quando foram abordados pelos atiradores. O rapaz foi socorrido por parentes e a mulher pelo Siate. No dia 25 do mês passado, aconteceu o caso mais violento, quando os bandidos armados invadiram o barraco onde Elyson Edner de Oliveira, 21, e a mulher dele, Kelli Lemes da Silva, 15, que estava grávida de 8 meses, dormiam. Os dois foram mortos com vários tiros. Ela levou inclusive tiros na barriga. Os socorristas tentaram fazer o parto no local mas não foi possível salvar o bebê.
O delegado Osmar Feijó, da delegacia do município ouviu familiares das vítimas, e também o ex-namorada de Kelli, que se apresentou alguns dias depois do crime, já que ele aparecia como o principal suspeito do atentado, que poderia ter sido cometido por vingança. Ele negou o crime. Outra hipótese, a de que a morte do casal ter sido provocada pelo envolvimento do rapaz com o tráfico ainda não foi descartada. A polícia investiga a possibilidade dos casos estarem relacionados.