A prisão pegou de surpresa o casal Simone Ribeiro Branco Batista, 39 anos, e Claudinei Batista, 38. Ele foi condenado a 59 anos de prisão e ela, a 21, por tortura, abuso sexual contra menores e maus-tratos. Os mandados de prisão foram emitidos pela Vara de Proteção a Infância e a Adolescência, na segunda-feira, mas o processo corria desde 2004.
A prisão foi realizada pelos investigadores Henrique e Pimentel, da Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC), na casa onde o casal morava com os dois filhos, na Rua Professor Francisco Mendes, Uberaba, por volta de 7h de ontem. No ano em que foram acusados, Simone e Claudinei mantinham uma casa-lar, no Guabirotuba, que era mantida por uma fundação.
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Claudinei alegou inocência e disse que, em todo tempo que trabalhou com as crianças, se dedicou, dando carinho, atenção e principalmente investindo o seu dinheiro para atender bem os internos.
“Tinha um Passat e troquei por uma Kombi para poder passear com as crianças”, afirmou. Segundo ele, em 2008, quando foi tirar certidão de antecedentes criminais descobriu que tinha problema com a Justiça. “Fui orientado a procurar a Delegacia da Mulher e fiquei preso por 49 dias”, contou Claudinei.
Ele e Simone são casados há 18 anos, e os filhos deles, moraram de 1999 a 2003 na fundação, onde Simone cuidava de oito crianças e adolescentes de 5 a 18 anos.
Na época, o marido dela era autônomo. Hoje, a filha do casal tem 16 anos e o enteado, 22. “Eles cresceram juntos com as crianças. A maioria delas era carente e já vinha com problemas”, disse Claudinei.
Quase um ano depois de terem deixado o local, foi instaurada a ação penal pública incondicionada do Ministério Público. O investigador Henrique disse que é comum todo o preso alegar inocência, mas neste caso, o delegado que instaurou o inquérito fez um texto convincente e repassou para o MP que mandou para o juiz e todos entenderam que eles eram culpados. Simone foi encaminhada para o Centro de Triagem I, e Claudinei para o Centro de Triagem II, em Piraquara.