Casal arma tocaia e mata lavrador

Uma trama diabólica foi descoberta por policiais de Campo Largo. Os lavradores Valdir Schuebel, 31 anos, e sua mulher Elaine Cristina Rodrigues, 25 anos, armaram uma "tocaia" para o ex-amásio de Elaine, Valdemar Everti, 43 anos, também lavrador. O casal ocultou o corpo da vítima após a execução.

Tocaia

A delegada Maritza Haisi, da DP de Campo Largo, contou que Valdemar morava na Colônia Witmarsum, em Palmeira, com a esposa. Há aproximadamente três anos, ele separou da mulher e conviveu maritalmente com Elaine. Mas a união não prosperou e o casal acabou também por se separar. Na época, Elaine estava grávida de uma menina, hoje com 3 anos. Magoada com o fim do relacionamento, Elaine não deixou Valdemar registrar a criança nem visitá-la. Depois disso, a mulher se envolveu com Valdir e passou a morar com ele em uma chácara, na localidade de São João do Povinho, em Campo Largo e deixou a criança morando com sua mãe na cidade.

No dia 12 de fevereiro, Elaine telefonou para o celular de Valdemar e avisou que iria deixá-lo ver a filha, mas para isso precisava ter uma conversa. Valdemar estava em casa, quando recebeu a ligação do celular de Elaine. O lavrador estava ao lado de sua mulher, com quem reatou, após o fim do relacionamento com a jovem, mas não avisou o que estava acontecendo. Apenas disse que iria levar a sua motocicleta para o conserto. Depois disso não foi mais visto.

Recepção calorosa

Com o mapa da chácara indicando como chegar e o telefone celular de Elaine, marcado em um pedaço de papel, ele foi ao encontro da morte.

Assim que chegou no portão da chácara Valdemar tomou o primeiro tiro. Valdir, o atual companheiro de Elaine, o surpreendeu escondido no milharal. Ele usou no atentado uma espingarda de fabricação alemã, com três canos, sendo um de calibre 38 e os outros dois de calibre 16. "Primeiro ele atirou com calibre 38. Como a vítima não caiu, ele deu mais tiros usando o calibre 16. Valdemar caiu e despencou no barranco", explicou a delegada.

Valdir sequer se deu o trabalho de saber se Valdemar estava morto. "Depois do crime, o Valdir e a Elaine foram dar comida para a criação, jantaram e assistiram televisão. Por volta das 23h, eles foram ver se ele ainda estava vivo", comentou Maritza.

Desova em São Caetano

Ao constatar que Valdemar estava morto, o casal enrolou o corpo em um saco plástico preto, colocou no porta-malas do carro e levou para a localidade de São Caetano, situada na BR-277, também em Campo Largo. O corpo foi encontrado dias depois. Valdemar não portava nenhum documento, pois os autores trataram de esconder seus pertences para dificultar a identificação, mas carregava um bilhete com o endereço da ex-amásia e seu telefone, o que levou a polícia até o casal, que foi preso no último dia 21 de fevereiro. "Eles esconderam o celular de Valdemar no galinheiro, o capacete no forro e a arma no capril", revelou a delegada.

Maritza falou que Valdir não demonstrou nenhum arrependimento. "Ele disse: "não sei porque não fiz isso antes’. O Valdir justificou que a Elaine falava que o ex-amásio era violento. Já Elaine deu outra versão", frisou a delegada. Segundo Maritza, Elaine confirma que telefonou porque pedimos a quebra do sigilo telefônico, mas diz que quando Valdemar chegou começou a xingá-la e colocou a mão para trás, momento em que Valdir teria atirado.

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