Carro denuncia vigarista

Luiz de Paula, 54 anos, foi detido por policiais militares do Regimento de Polícia Montada, RPMont, no fim da tarde de ontem, acusado de vários golpes. Ele foi encontrado por causa de um carro, com queixa de furto, próximo a um supermercado da Avenida Paraná, Boa Vista. Com ele a PM apreendeu uma carteira "fria" de agente da Receita Estadual, folhas de cheque e documentos.

O detido admitiu que servia como "atravessador" para a confecção de documentos frios e acusou uma mulher, ligada a um policial civil, por providenciar a documentação. "Se a pessoa quisesse limpar o nome, eu a ajudava a falar com o policial que fazia outra carteira de identidade para o interessado. A partir daí, era fácil conseguir empréstimos para pagar as contas", relatou. Ele afirmou que o carro com o qual foi pego, seria a garantia de pagamento para a mudança de classe na carteira de habilitação de Irene Azevedo.

A vítima, porém, contou que Luiz se ofereceu para fazer a transferência de seu carro, pois teria um amigo despachante. Ela trabalha em um estacionamento, onde os dois se conheceram. Foi de lá que ele saiu com o veículo, em agosto do ano passado, dizendo que iria tirar o decalque para dar seqüência à documentação. "Nunca mais vi o carro, dei queixa e avisei todos meus amigos para ajudar a localizá-lo", relatou. Segundo ela, radares eletrônicos do Boa Vista deram a pista de onde estaria o veículo.

Justificativas

Outra vítima acusou Luiz de ter lhe passado um cheque sem fundos. "Esse cheque teria sido comprado da mesma mulher que viabiliza os documentos", explicou o tenente Scherer, do RPMont, que encaminhou Luiz à Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, junto com as vítimas.

Luiz afirmou que sempre trabalhou e sua última ocupação era de açougueiro. "Por causa de uma hérnia e de ácido úrico, ninguém me dá emprego. Quando surgiu essa oportunidade de ganhar dinheiro, eu agarrei", relatou. Ele disse que é separado e as multas do carro foram obtidas por descuido, quando levava o filho de 9 anos à escola. "Fiquei com o carro como garantia de pagamento para a transação do documento", disse.

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