A esposa e a filha de apenas 5 anos do carrinheiro Leonai de Andrade, 37 anos, vão guardar para o resto de suas vidas o trágico Natal. Pouco depois de anoitecer, a família vinha pela Avenida Marechal Floriano Peixoto, Alto Boqueirão, ao lado do viaduto que faz divisa com São José dos Pinhais, quando um homem desceu de um carro e atirou em Leonai.
O assassino ainda disparou três vezes na cabeça da vítima, já caída na calçada. A mulher de Leonai, Cirlei de Fátima Mendes, 29, levou um tiro de raspão no braço direito e conseguiu se colocar na frente da filha para protegê-la.
Um suspeito, identificado como Rodrigo de Souza, foi detido por policiais da Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) no Parolin. Ele foi encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul), Portão, onde foi indiciado por homicídio.
Conforme apurado pelos investigadores Lima e Marilu, da Delegacia de Homicídios, o crime teria sido motivado por uma briga na véspera de Natal durante uma festa numa chácara em Piraquara.
Cirlei contou que empurrava o carrinho ao lado da filha, enquanto o marido pedalava uma bicicleta. Perto do viaduto, o casal parou num terreno baldio, ao lado de uma casa de shows, e ver se tinha algum material para aproveitar.
Por volta de 19h30, um Corsa Sedan ou Astra branco, parou em frente ao local. “Um homem desceu do carro armado e disse que Leonai não servia mais para ficar na Terra. Depois, atirou quatro vezes nele”, contou a mulher. Após a execução, os marginais fugiram sentido Parolin.
Prisão
Pouco antes da meia-noite, viaturas da Rone detiveram Rodrigo com três buchas de crack na favela do Parolin. No Ciac, quando assinava o termo circunstanciado por uso de drogas, uma testemunha do homicídio o reconheceu. Após ser indiciado, o rapaz foi liberado.
O soldado Souza, do 20.º Batalhão da PM, levantou que Leonai responde por um homicídio no Parolin. Cirlei disse ter medo que os marginais voltem para matá-la. Ela contou que, quando Leonai cometeu o homicídio, os dois não moravam juntos.