O ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho deverá ser interrogado pela Justiça em no máximo 20 dias. Ele foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual e por dirigir embriagado no acidente em que se envolveu no dia 7 de maio do ano passado, em Curitiba.

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No acidente, ocorrido entre as ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski, no Mossunguê, morreram os jovens Gilmar Souza Yared e Carlos Murilo Almeida. Não se sabe, ainda, se o rapaz será interrogado em Curitiba ou em Guarapuava, onde tem residência fixa.

Na última sexta-feira, o juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Surdi de Avelar, determinou que a solicitação fosse encaminhada à cidade de Guarapuava, na região centro-sul do Paraná, mas também intimou a defesa de Carli Filho para que se manifeste sobre a possibilidade do acusado ser interrogado em Curitiba mesmo.

Essa manifestação da defesa, segundo o juiz, deve ser feita em cinco dias. A reportagem do Paraná Online telefonou ontem para o escritório do advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski, mas ele não foi encontrado e não retornou às ligações.

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Já o advogado da família de Gilmar Yared, Elias Mattar Assad, afirmou que o ex-deputado tem duas opções: exercer o direito de permanecer calado ou reiterar que não se lembra do ocorrido.

“Porém, sua presença física é obrigatória para ser identificado, qualificado, ficar ciente das acusações e provas do processo, além de informar ao juiz se tem ou não outras diligências ou provas a produzir”, afirmou Assad.

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Agora, a defesa também deverá se manifestar sobre duas testemunhas – de fora de Curitiba, que estavam sendo ouvidas por carta precatória -, já que elas não foram encontradas para prestar depoimento.

Das várias testemunhas ouvidas em audiências no Tribunal do Júri, ainda faltavam três. Na semana retrasada, Assad fez um pedido junto ao Tribunal para que o ex-deputado prestasse depoimento mesmo antes da finalização das oitivas de todas as testemunhas.

Mistérios

A Justiça também já determinou que as operadoras de celulares ofereçam a localização das antenas da região do acidente (bairro Mossunguê), pois assim será possível desvendar o trajeto que Carli Filho fez no dia do acidente.

A dúvida surgiu porque nenhum radar da cidade flagrou o carro do ex-deputado na noite do crime. Outro mistério a ser descoberto se refere às câmeras do posto de combustíveis do local, pois já se sabe que as imagens foram adulteradas. Uma perícia contratada pela defesa da família Yared está analisando a questão.