Carência afetiva e trotes atrapalham serviço do 190

Quando há perigo real, o primeiro telefone que vem a cabeça é o 190. Entretanto, o número, criado exclusivamente para ajudar a população em situação de emergência, muitas vezes é usado de maneira irresponsável. Ontem, em menos de meia hora, a Polícia Militar recebeu duas informações falsas de assaltos a bancos no centro.

De acordo com o chefe do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), Benedito Facini, trotes incomodam e fazem tanto os atendentes como os policiais que estão nas ruas perderem tempo e deixarem de atender uma situação real. Entretanto, ele afirma que esse tipo de ligação é rara. ?São poucos os que se arriscam a passar um trote desse tipo, pois além de falsa notícia ser crime, nós temos como localizar o telefone e a pessoa?, contou Facini.

Crianças

O mais corriqueiro, segundo o chefe do Ciosp são ligações feitas por crianças e adolescentes que acionam o 190 por diversão. Eles geralmente ligam de casa ou do celular e como é fácil localizá-los, a polícia conversa com os pais. Palestras em escolas, feitas por policiais da Patrulha Escolar, enfocam a importância do telefone de emergência.

Também existe outro público que costuma ligar para o 190. São as pessoas solitárias, que não têm com quem conversar. Exemplo disso é uma moradora do Pinheirinho, que no ano passado ligou 643 vezes, em uma semana. A polícia localizou o endereço da mulher e conversou com a família dela. ?Ela ligava para desabafar e contar seus problemas com a família. Nós a encaminhamos para atendimento médico na Prefeitura?, contou Facini.

Para se ter idéia do volume de telefonemas, o chefe do Ciosp conta que número 190, 193, que é do Siate; e o 197, da Polícia Civil, registra em média 24 mil ligações por dia. ?Cada minuto é precioso para quem está em uma situação real de perigo?, finalizou Facini.

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