Cadeia vazia

Carceragem do 1º Distrito Policial de Curitiba é esvaziada

A saída de 25 presos da minúscula cela do 3.º Distrito Policial (Mercês) e de outros 16 da carceragem improvisada do 1.º DP (Centro), marcou o fim da primeira etapa de retirada dos presos das delegacias de Curitiba. O programa, iniciado há cerca de dez dias, é feito pelas secretarias estaduais da Justiça e da Segurança e pela Vara de Execuções Penais, para desafogar as delegacias, liberando policiais civis da guarda de presos para investigar crimes.

Os 41 presos dos dois distritos foram levados ao 11.º DP, na Cidade Industrial, que vai funcionar temporariamente como um centro de triagem, antes dos detentos seguirem para o complexo penitenciário de Piraquara. Além destes presos transferidos ontem, outros 274 que estavam no 2.º, 3.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º e 12.º foram levados ao 11.º ao longo das duas últimas semanas. A maioria já seguiu para Piraquara, e ontem restavam apenas 75 no centro de triagem provisório.

A partir de agora, segundo Cartaxo, o 1º Distrito e todas as delegacias de Curitiba receberão os presos apenas para os flagrantes. ‘O 11.º vai permanecer como um centro de triagem até que um novo centro da Polícia Civil, que já está em obra, seja finalizado em Piraquara‘, disse o representante da Comissão de Transferência de Presos. A ideia, segundo o delegado, é aumentar a segurança da população e acabar com o trabalho duplo dos policiais civis.

O próximo passo da Comissão de Transferência será a retirada dos presos das delegacias especializadas. ‘Ainda temos 55 mulheres no centro de triagem na Travessa da Lapa, cerca de 160 na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (Vila Izabel) e aproximadamente 90 na Delegacia de Furtos e Roubos (Jardim Botânico). Pretendemos a partir da semana que vem transferir 80 detentos por semana até esvaziar estas delegacias de vez‘, explicou Cartaxo. Porém, segundo ele, não há prazo para isso acontecer.

As vagas para os presos no Sistema Penitenciário, segundo o delegado, serão conseguidas através de mutirões carcerários e atividades internas que a própria Secretaria de Justiça vem promovendo em parceria com a Vara de Execuções Penais. As delegacias farão os flagrantes para que os presos sejam triados antes do encaminhamento. Com um mandado de prisão, eles serão transferidos ao Sistema Penal.

Para o delegado Rubens Recalcatti, titular do 1º Distrito, um alivio. ‘Nossos policiais vão conseguir desempenhar o trabalho de polícia, que é investigar e resolver os crimes‘, disse. A região central é a que mais registra crimes de furtos e roubos, segundo o delegado. ‘Temos um alto índice de entrada de presos diariamente, pois são incidentes os casos na região por conta dos usuários de drogas que cercam o centro e cometem pequenos roubos e furtos para sustentar o vício‘, descreveu o delegado.

Preso

Na manhã desta sexta-feira, enquanto os presos eram levados do 1º Distrito Policial, um rapaz entrou na carceragem da delegacia. Suspeito de arrombar uma floricultura na Rua XV de Novembro foi preso em flagrante pela Guarda Municipal na esquina com a Rua Dr. Muricy. De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, o homem furtou R$ 16 da loja.

’Deu mais prejuízo o arrombamento da porta, que custa aproximadamente R$ 1 mil e o trabalho que ele deu para a equipe que o prendeu, do que o furto em si’. O rapaz, que confessou ser usuário de drogas, deve ficar na delegacia até ser feito todo o procedimento de flagrante e cadastro, para então ser encaminhado ao 11º Distrito Policial, tempo de aproximadamente 24h, segundo Recalcatti.