Chegou ao fim o mistério que envolvia o assassinato dos primos Rian Felipe Cunha Cubas, 5 anos, e Lucas Mateus Cunha Siqueira, 7. O trabalho em conjunto feito por policiais da delegacia de Fazenda Rio Grande e da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba (DFR), resultou na prisão de um adolescente de 16 anos, e de Rodrigo Gonçalves, 20, apontados como os autores do assassinato. Outro adolescente ainda está foragido e o mentor do crime seria Marcelo César Rodrigues, 26 anos, que está preso desde abril na delegacia.
O motivo seria cobrança de dívida de drogas e vingança contra a família dos garotos.
Através de uma informação que chegou até o delegado Rubens Recalcatti, titular da DFR, os policiais descobriram que o mentor do crime seria um preso chamado Marcelo. Ele teria dado a ordem para matar as crianças através de um telefone celular, entregue por uma funcionária terceirizada da delegacia. Os policiais fizeram uma vistoria e apreenderam o aparelho. "Nós blefamos e dissemos que as ligações foram grampeadas. Marcelo então contou como tudo aconteceu.
A funcionária foi afastada, mas não foi presa, porque o crime que ela cometeu não está tipificado no código penal", explicou o delegado do município, Antônio Rocha.
Dívida
Segundo a versão dos presos dada à polícia, um dos adolescentes estaria devendo R$ 50 para Marcelo. Por sua vez, a mãe de Lucas, Josiane de Paula Cunha, 24, que seria viciada em crack, estaria devendo R$ 400 ao mesmo garoto. Para tentaram receber o dinheiro, o adolescente, acompanhado de outro da mesma idade, encontraram os primos na tarde de domingo e os levaram para uma casa abandonada, no Jardim Colonial.
Na segunda-feira, eles chamaram Rodrigo para participar da trama, o qual levou algumas bolachas para as crianças. O trio, então, teria entrado em contato com Josiane e cobrado a dívida, porém, a mãe de Lucas teria dito que não tinha dinheiro. Marcelo teria, então, ordenado que os garotos fossem mortos. Eles deram pauladas na cabeça dos primos e os jogaram desacordados na cava. Outro motivo para os crimes seria as denúncias feitas por Josiane, que apontou Marcelo e os adolescentes como assaltantes que agiam na região.
Versão
Um dos adolescentes ainda está foragido, e a polícia acredita que, com sua prisão, será possível descobrir mais detalhes sobre a trama. Rodrigo, Marcelo e um dos menores, que foram presos na quarta e quinta-feira, afirmaram que o comparsa foragido foi o autor das pauladas. Eles alegaram que só confessaram os crimes porque foram torturados por policiais da DFR. O delegado Rubens Recalcatti rebateu as acusações. "Eles são assassinos. Cometeram crimes hediondos e os policiais não fizeram nada além de investigar o caso. Não houve tortura física, nem moral", garantiu o delegado.
O adolescente preso e Rodrigo responderão por duplo homicídio. Marcelo será indiciado por co-autoria no crime.
Os primos saíram de casa no dia 28, mas os corpos só foram encontrados quatro dias depois, em uma cava. De acordo com o delegado os assassinos jogaram os corpos na água horas antes de eles serem achados.
