Capturados dois que seriam ligados ao PCC

As investigações da polícia de Almirante Tamandaré referentes a ramificações da facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital), no Paraná, continuam dando resultado. Na madrugada de ontem, mais dois homens – identificados como Márcio Júnior França e Paulo Sergio Picchi- foram presos com um Polo vermelho roubado. Segundo a polícia, eles também seriam membros de uma grande quadrilha responsável por inúmeros assaltos em Curitiba e Região Metropolitana e que tem conexões com marginais de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Até o momento, oito pessoas já foram presas pela prática de assaltos e tráfico, supostamente relacionados a grandes organizações criminosas do País.

Investigações

A série de prisões realizada pela polícia de Tamandaré teve início no dia 5 deste mês, quando Vander de Jesus Correia foi detido pela PM, acusado de ter participado juntamente com outros homens do assalto contra o Supermercado Boni, naquele município. Na seqüência das investigações, os policiais Turman e Cripa chegaram até outros dois suspeitos – um deles menor (17 anos) – em uma casa em Itaperuçu. O menor foi acusado de ter participado do assalto ao Boni e o outro indivíduo indiciado por porte ilegal de arma.

As diligências tiveram continuidade e os investigadores Mesquita, Edil e Tadeu chegaram até os nomes de integrantes do PCC que estariam presos na Penitenciária Central do Estado (PCE). Esses presos sob o comando de Fabio Carlos Martins, o “Meia-Noite”, comandavam os marginais que continuam em liberdade para a prática de assaltos. “Os assaltantes eram recrutados aqui no Estado e também em outras regiões, através das conexões mantidas pelo PCC, PCP (Primeiro Comando do Paraná), e CV (Comando Vermelho)”, explicou o delegado Germino Marques Bonfim.

Essas ligações eram intermediadas através da central telefônica descoberta pela polícia, na quinta-feira, no bairro Fazendinha. “Essa central foi instalada por uma mulher identificada como dra. Rubia, que diz ser advogada paulista e ligada ao PCC”, disse o delegado. Na ocasião foi detida Rosângela Albino, que seria namorada de “Meia-Noite” e um dos contatos do preso com o mundo exterior. Rosangela foi ouvida e liberada e disse ao policiais que não revelaria nada por medo de ser morta. Uma grande prova apreendida pela polícia na casa dela foi uma agenda de telefones que possui números de conexões em vários cantos do País e algumas mensagens escritas em código. O delegado fez questão de mostrar um número específico de telefone do Estado do Rio de Janeiro que comprova as diversas ramificações da organização. “Esse número é do Chapolim. Vocês conhecem? É integrante do bando do Fernandinho Beira-Mar”, ressaltou o policial.

Envolvidos

No início da semana foi preso um casal – que segundo a polícia – estaria ligado ao tráfico de drogas e era o meio de ligação entre os presos da PCE com o os marginais que vivem soltos. Com o casal Carlos Alberto Sales da Silva e Silvana Maria da Silva foram apreendidos três celulares. “Através de celulares que estão dentro da PCE, o ‘Meia-Noite’ mandava ordens para o casal que arrumava as armas e escolhia os marginais que participariam dos assaltos”, relatou Germino.

Os outros presos acusados de participação em crimes da relação com a quadrilha são Robson Natal, mais conhecido como “Faustão” e Cleber dos Santos Correia. Segundo o delegado, “Faustão” é membro confesso do PCC e pode estar envolvido inclusive em um seqüestro, que ainda não teve desfecho, em São Paulo.

Prisões

Germino disse ainda que já tem provas para pedir várias prisões preventivas e temporárias. Para Roseli Nogueira, Cláudia Rocha Siqueira e e Neuri Castanheira será solicitada prisão preventiva, enquanto que para José Carlos Lino e Rosângela Albino, prisão temporária. O delegado fez questão de explicar o envolvimento deles. “Roseli tinha conhecimento de vários assaltos que foram praticados pela quadrilha em Santa Felicidade e Almirante Tamandaré. Cláudia, que trabalhava como caixa no Supermercado Boni, passou todas as informações para que o assalto fosse realizado. José Carlos permitiu a utilização de seu carro, uma Caravan, em assaltos. Neuri já tem preventiva por homicídio”, completou o policial.

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