Antônio tentou
esconder o rosto.

Reconhecido pela vítima como sendo o autor de um homicídio e uma tentativa de estupro, Antônio Carlos Alexandre, 37 anos, foi preso pelos investigadores Jairo, Marcos e Pontes, da Delegacia de Homicídios. Ele negou o crime, que aconteceu na noite do dia 2 de agosto, no Umbará, mas foi reconhecido pela esposa do editor gráfico Lurdinho José Queiroz, 29 anos, que foi baleado na cabeça e morreu dois dias no hospital.

O delegado Stélio Machado, titular da Delegacia de Homicídios, informou que os policiais resolveram ir na sexta-feira até o local do crime, em busca de novas provas, que pudessem identificar o autor. Com ajuda dos familiares da vítima, os investigadores entraram no matagal às margens do Contorno Norte e notaram que um homem observava os trabalhos.

“É comum a aglomeração de curiosos, mas neste caso a experiência fez com que os policiais desconfiassem e tentassem abordar o desconhecido”, relatou Stélio. Ao ver os investigadores caminhando em sua direção, Antônio tentou fugir, mas foi apanhado. “Outro fato que chamou a atenção dos policiais é que o homem era muito semelhante ao retrato falado feito com o auxilio da vítima da tentativa de estupro”, completou o delegado. Ao revistarem Antônio, os investigadores encontraram um revólver calibre 38, com a numeração lixada, e deram voz de prisão.

Violento

Ao chegar na delegacia, Antônio disse que se chamava Luís Carlos Fernandes da Silva, mas sua identidade não demorou a ser descoberta. Ele já tem passagens por furto, roubo e estupro. “Depois de ser preso, ele ainda deu mais uma prova de sua periculosidade. Ao ser levado para o Centro de Triagem, conseguiu se desvencilhar das algemas, agrediu os policiais da escolta e fugiu, mas foi recapturado em seguida”, enfatizou o delegado.

Ao ser apresentado na delegacia, Antônio permaneceu quase o tempo todo de cabeça baixa, demonstrando ter medo de ser reconhecido por outras vítimas. Ele chegou a agredir os policiais e até se jogar contra um arquivo, causando muito tumulto. Outro fato, que irritou Antônio foi a presença dos familiares da vítima. A esposa do gráfico, Silvia, 22 anos, estava revoltada e pedia a garantia de que Antônio permanecesse preso. “Ele matou meu marido e tentou me violentar. Tenho muito nojo e raiva dele. Só quero Justiça”, frisou a jovem.

Apesar do reconhecimento, Antônio jurava a inocência e não admitia suas passagens anteriores. Ele também não soube explicar muito bem, o que fazia no matagal, armado.

O delegado acredita que tentou atacar outras mulheres na região. “Provavelmente está seja a preocupação dele em esconder o rosto. Para as vítimas é importante que ele apareça para que seja reconhecido”, argumentou o policial. Stélio solicitou às pessoas que foram vítimas de Antônio entrem em contato com a Delegacia de Homicídios através do telefone 324-9158 ou 224-1348.

Crime

O editor gráfico Lurdinho passeava com a esposa Silvia, de 22, e os dois cães do casal: um podler e um pastor belga, quando o acusado se aproximou e apontou a arma. O pastor avançou. Ele ia matar o cachorro, que para nós era como um filho. Meu marido mandou que o cão parasse”, lembrou Silvia.

Ela disse que na seqüência, o marginal obrigou que ela e o marido tirassem as roupas. Depois tentou estuprá-la. Para defendê-la, Lurdinho reagiu e levou um tiro na cabeça, fazendo com o marginal desistisse da violência sexual. Lurdinho foi levado ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.

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