O candidato à presidência do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc), Anderson Teixeira, 33 anos, sofreu um atentado na noite de sábado, quando chegava em casa, na Rua Mandirituba, no Sítio Cercado.
Indivíduos em um carro escuro atiraram três vezes na direção do rapaz, que não foi ferido. Dois disparos acertaram o veículo de Anderson e outro atingiu uma janela da residência.
Anderson, candidato da chapa de oposição, contou que, quando abriu o portão de casa, um veículo encostou e alguém chamou pelo seu nome. “Quando olhei, o cara começou a atirar. Me joguei para dentro da casa e quando saí, ele já tinha ido embora”, relatou. A mulher de Anderson, grávida de sete meses, estava na residência e o irmão dele dentro do carro, mas ninguém foi atingido pelos disparos.
A eleição para a nova diretoria do Sindimoc será na quinta-feira e o clima é tenso entre candidatos das chapas de situação e oposição, mas Anderson não sabe dizer se esse foi o motivo do atentado.
“Não tenho ideia do que possa ter acontecido, não tenho nenhum inimigo. A única questão em que estou envolvido é a campanha sindical”, disse. O candidato contou que um Gol vinha rondando a região, há alguns dias, e, por isso, ele e a família não dormem mais em casa. Eles só voltaram no sábado para buscar algumas roupas e dar comida aos cachorros.
Gravação
Em fevereiro do ano passado, o pai de Anderson, Almir Teixeira, o “Zico”, 53 anos, que era secretário do Sindimoc, foi morto a tiros no Xaxim. “Ele morreu denunciando irregularidades no sindicato e até hoje o crime não foi solucionado”, disse.
Na semana passada, uma gravação telefônica feita por “Zico”, em 2008, foi entregue ao Gaeco (grupo especial de investigação do Ministério Público). A vítima recebia ameaças desde que descobriu que colegas da diretoria recebiam dinheiro de um suposto “acerto” com a empresa que fornecia cestas básicas às empresas de ônibus, para que estas as repassassem aos funcionários.
Eleição
A chapa de Anderson concorre com a chapa da atual diretoria. O candidato à presidência da situação é Valdecir Bolette e o vice é o vereador Denilson Pires, atual presidente.
Os dois foram presos pelo Gaeco, no final do mês passado, juntamente com Valdenir Dias, sob suspeita de desvio de verbas na entidade, na ordem dos R$ 10 milhões. Eles foram soltos quatro dias depois e alegaram inocência.
