A ponte sobre o Rio Xagu na BR-277, entre o município de Laranjeiras do Sul e Nova Laranjeiras, foi parcialmente liberada ontem à tarde para o tráfego pesado. A via estava interditada para a passagem de caminhões desde segunda-feira (04) à noite, quando um caminhão bitrem carregado com 45 mil litros de combustível tombou e explodiu, matando o motorista. Engenheiros do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) e da Concessionária Rodovia das Cataratas – responsável pelo trecho -, estão analisando a estrutura da ponte e a liberação total deve ocorrer em dois ou quatro dias.
O acidente ocorreu por volta das 17h30 de segunda-feira sobre a ponte, que mede 90 metros de comprimento e 10 metros de largura. O condutor da Scania 124 bitrem, da empresa ABW Transportes, de Toledo, Adair Wogler, 46 anos, seguia pela rodovia em direção ao oeste do Estado. No quilômetro 467, ele perdeu o controle do caminhão e tombou sobre a ponte. O veículo explodiu e um dos tanques acabou caindo às margens do Rio Xagu. O motorista morreu carbonizado. Outra carreta que passava pelo local, conduzida por Jamir José Zanatto, da Empresa Lar, de Medianeira, não chegou a colidir, mas se aproximou muito e teve a cabine queimada. O motorista saiu ileso.
A pista ficou totalmente interditada até a meia-noite de segunda-feira, sendo liberada posteriormente apenas para carros de passeio. Ontem, engenheiros do DER e da concessionária passaram o dia no local para avaliar se a explosão e o calor produzido pelas chamas afetaram a estruturada da ponte. Por volta das 16h, o tráfego foi liberado para caminhões pesados na pista Cascavel/Curitiba. No trecho, os motoristas estão tendo que ter paciência porque a via está sendo utilizada também – em forma de rodízio – por quem segue da capital para o interior. A liberação total deve acontecer no prazo de 24 a 48 horas, após estudos que incluem exames laboratoriais para analisar a resistência e a densidade dos materiais da ponte, garantindo que a estrutura não oferece riscos à população.
Meio ambiente
Técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Guarapuava estão monitorando o acidente e afirmaram que ainda não é possível mensurar o dano ambiental causado. Parte do óleo foi consumido pelo fogo e o que foi parar no rio foi diluído rapidamente pela água devido às chuvas que ocorreram na região e à correnteza do rio. Segundo o IAP, o Xagu não é usado para abastecimento público.
O órgão orientou a instalação de barreiras de contenção e absorção ao longo do rio feitas por equipes especializadas em ocorrências com cargas perigosas, contratadas pela concessionária. Também colheu amostras de água que foram encaminhadas para análise. O laudo deve ficar pronto em 15 dias. A coleta do material faz parte dos procedimentos do IAP para dimensionamento do impacto ambiental causado pelo acidente e a definição do valor da autuação a ser aplicada. Nesses casos, segue-se o princípio da co-responsabilidade, em que emissor, receptor e transportador da carga são acionados para recuperação da área degradada e demais penalidades.