Câmeras diminuem violência na Rua XV

A violência vem fazendo com que os municípios invistam cada vez mais em segurança. Até o fim de 2008, a Prefeitura de Curitiba vai instalar mais 100 câmeras no centro da cidade, como as que já operam na Rua XV de Novembro. Segundo o secretário de Defesa Social, Itamar dos Santos, o dispositivo é um mecanismo eficaz para combater os crimes. Em 2000 foram registrados, na rua, 438 casos, mas em 2005 já havia baixado para 61.

Itamar explica que as câmeras dão mais segurança aos milhares de pedestres que circulam pela Rua XV, como também para os comerciantes. A quantidade de pequenos furtos que aconteciam na região era um grande problema. Agora, os dispositivos monitoram a ação dos marginais desde a Praça Osório até a Praça Santos Andrade.

Para o secretário, os números revelam a eficácia do sistema. Desde 2000, quando o dispositivo começou a operar, a quantidade de crimes caiu significativamente. Explica que as câmeras inibem a ação dos marginais. ?Sabem que são vigiados e que podem ser surpreendidos pelos policiais. Sempre que um crime acontece uma patrulha é deslocada para o local?, fala.

A idéia agora é levar o mecanismo para outras áreas da cidade que também concentram um grande número de pedestres. Estão incluídas todas as praças centrais e ruas de grande movimento, como as transversais à Rua XV e a Avenida Marechal Deodoro da Fonseca. O investimento será alto, já que cada câmera custaR$ 17 mil, perfazendo um total de R$ 1,7 milhão, mais os gastos com outros equipamentos como monitores e os custos de instalação. No entanto, o valor final ainda não é conhecido porque o edital de licitação ainda está sendo elaborado. O secretário reconhece que o investimento é elevado, mas diz que vale a pena devido à segurança que oferece para quem circula pelo centro da cidade.

No entanto, a Prefeitura gasta muito mais em segurança. A Guarda Municipal possui 1.560 homens. Em média, cada um recebe R$ 1,3 mil, incluindo o salário e horas extras, o que equivale a cerca de R$ 2 milhões mensais. Além de despesas com viaturas, motos, gasolina, entre outros. Mas segundo Itamar, este investimento também vale a pena. Explica que uma das principais incumbências da Guarda Municipal é cuidar do patrimônio público e sai mais barato manter os guardas do que ter que ficar reformando os prédios danificados por vândalos.

Além disso, as 171 escolas e os outros equipamentos públicos possuem sensores de presença monitorados pelos guardas. Se o trabalho fosse feito por uma empresa particular os custos seriam mais altos.

Outras cidades investem em segurança

A exemplo de Curitiba, outras cidades brasileiras também estão investindo em segurança. Segundo o último estudo da Confederação Nacional dos Municípios, em 2003, 950 cidades brasileiras contavam com o serviço de guarda municipal, perfazendo um total de 72.891 policiais.

A pesquisa revelou ainda que os municípios paranaenses ficam em quarto lugar quando o assunto são os gastos com a segurança, se comparado com as cidades dos demais estados do País: são R$ 4,87 por habitante. Perdem apenas para as cidades de São Paulo (R$ 10,36), Rio de Janeiro (R$ 10,13) e Amapá (R$ 9,36). Mas é o primeiro da região Sul. Em Santa Catarina, os municípios investiram R$ 3,73 por habitante e no Rio Grande do Sul R$ 2,18.

No entanto, hoje esses números já devem ser bem maiores. São José dos Pinhais, por exemplo, que fica na Região Metropolitana de Curitiba e tem população estimada de cerca de 262 mil habitantes criou, em 2005, a Guarda Municipal. O orçamento previsto para 2007, no setor, é de R$ 10 milhões.

Segundo o chefe da Guarda Municipal, José Roberto de Oliveira Alves, esse investimento na segurança vem trazendo bons resultados. Num ano de atividade, foram atendidas 1,8 mil ocorrências, recuperados 60 veículos roubados e 28 armas de fogo ilegais apreendidas. A guarda também é responsável pelo trabalho de orientação e fiscalização do trânsito. Já foram atendidos 750 acidentes.

Em Sarandi, noroeste do Estado, a preocupação com a segurança também é grande. A Prefeitura decidiu instalar câmeras de vigilância em vários pontos da cidade. No segundo semestre começam a monitorar o entorno das seis escolas estaduais, onde estudam cerca de 10 mil alunos.

A decisão foi tomada para evitar brigas nas proximidades e o tráfico de drogas. O investimento inicial será de R$ 150 mil. Depois a idéia é instalar os equipamentos em outras áreas do município, que possui uma população estimada de 89 mil pessoas.

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