Evandro Monteiro |
Um caminhão roubado na semana passada e documentos "frios" incriminaram Dorvali. |
A denúncia anônima de que uma casa no Jardim Guarituba, em Piraquara, abrigava veículos roubados, fez com que policiais militares do 17.º Batalhão descobrissem o "braço" de uma grande quadrilha de roubo de carros, atuante no Paraná e principalmente em Santa Catarina. Quando três viaturas da PM chegaram a uma das residências da Rua Antenor Polidoro, 11, por volta das 15h de ontem, os policiais viram um rapaz pulando o muro.Uma equipe da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), que vinha logo atrás, capturou o fugitivo: Dorvali Guardiano da Silva, 26 anos. O ocupante de um Celta, que estava parado em frente à casa, fugiu quando viu a polícia e não foi alcançado.
Na casa do detido foram encontrados diversos documentos – antigos e em branco – de veículos; anotações de placas de carros roubados; um catálogo de venda de armas; celulares e um caminhão, que era verde e estava sendo pintado de amarelo. De acordo com o tenente Marcos, do 4.º Pelotão do 17.º Batalhão, o caminhão foi roubado há algumas semanas, e o motorista foi deixado amarrado no mato durante horas, até que conseguiu se libertar e comunicar a polícia. Sobre os documentos em branco, Dorvali explicou que os comprou de um homem, próximo do estádio do Pinheirão.
"Quando capturamos o Dorvali, ele confessou que comprou o caminhão roubado e estava "esquentando" o veículo. Ele já tinha o documento "quente" de um caminhão e precisava apenas "arranjar" um veículo com as mesmas características das constantes no documento", explicou o oficial.
Quadrilha
Durante a revista na casa de Dorvali, um fato chamou a atenção dos policiais, fazendo crer que por trás do detido existe uma grande quadrilha de roubo de carros. O tenente Marcos contou que nos três celulares apreendidos recebeu mais de 15 ligações, todas provenientes de Santa Catarina (código de área 47). Porém ao perceber que não estava falando com Dorvali, a pessoa do outro lado da linha desligava o telefone. Ainda em um dos celulares os policiais encontraram uma foto de uma pistola 380, que Dorvali disse ter vendido recentemente.
No caminhão apreendido, que estava sendo pintado de amarelo – a tinta ainda estava fresca -, havia latas da nova cor do veículo, solvente, um compressor e pneus de caminhão e de carro. Numa agenda apreendida também havia anotações como "comprar latas de tinta, buscar o compressor, e "bater" o caminhão". A mensagem "bater o caminhão", acredita o tenente Marcos, pode ser a remarcação do número de chassi do veículo.
Dorvali foi levado à delegacia de Piraquara, e autuado por receptação de produto roubado e alteração de documentos. O caminhão apreendido será periciado. Outras duas pessoas, sendo a mulher de Dorvali e um funcionário da chácara, foram levados à delegacia, mas liberados por não haver indícios do envolvimento deles com os delitos.