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Mário, Sebastião, Luís Cláudio
e Flávio, recolhidos no Cope.

Está elucidado o assalto ocorrido no dia 16 de novembro contra o carro-forte da Proforte, no bairro Jardim das Américas, em frente à agência do Banco Bradesco, e que resultou na morte de um vigilante. Quatro dos cinco participantes do crime estão presos no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O quinto indivíduo havia sido baleado na ocasião do assalto e morreu. Demilson Jackson Petrechen, 25 anos, o "Dema", morreu semana passada no Hospital Cajuru, depois de ser transferido de uma clínica no litoral do Estado, onde estava escondido. Os outros integrantes do bando – Flávio Macedo dos Santos, 27 anos; Mário César Barbosa, 25; Sebastião Wágner Teixeira, o "Vaguinho", 29; e Luís Claudio Ortega, o "Azulão", 31; – foram presos e confessaram a participação no crime, conforme explicou Marco Antônio de Góes. Foram apreendidas duas armas, munição de diversos calibres, telefones celulares e recuperada certa quantia em dinheiro.

Investigação

Após a informação de que um dos assaltantes havia sido baleado, intensificaram-se as investigações. No Jardim Holandês foi encontrado o Santana Quantum, usado pelos marginais para a fuga, sujo de sangue. Isso confirmava que pelo menos um marginal havia sido ferido.

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Demilson, o "Dema", foi localizado em uma clínica particular, em Antonina. Com ele foram apreendidos R$ 5.784,00 e U$ 304,00, além de telefones celulares. No local ainda estavam Flávio e Mário, que faziam companhia a "Dema". Os dois foram detidos. Flávio foi reconhecido por testemunhas como o homem que carregou "Dema" (ferido) para dentro do Santana e teve a prisão preventiva decretada. Mário foi liberado na ocasião, mas reconhecido mais tarde, por funcionários da Proforte (empresa de transporte de valores) foi novamente detido no dia 23. "Dema" morreu dia 21, no Hospital Cajuru.

Facções

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Com essas prisões, apenas uma das facções da quadrilha havia sido descoberta. Faltava identificar outros dois integrantes, mas pertencentes a uma outra facção. "Isso dificultou nosso trabalho. A quadrilha era dividida em duas facções e os cinco homens se encontraram apenas para fazer o roubo do carro-forte", explicou o delegado. De posse dos apelidos "Azulão" e "Vaguinho", intensificaram-se as diligências e, na última segunda-feira, dia 29, ocorreram as prisões destes indivíduos.

Os investigadores descobriram o endereço de "Vaguinho", no Conjunto Pirineus, Pinheirinho, e se deslocaram para lá. No momento em que os policiais tocaram a campainha do apartamento do suspeito, ele jogou uma mochila pela janela, contendo uma pistola 9mm (uso restrito das forças armadas). A cena foi vista pelos policiais, que encontraram a pistola e deram voz de prisão. Com "Vaguinho" também foi localizado o Golf placa BTM-8048, mas que estava adulterada para BTM-8848, com o uso de uma fita isolante. Segundo a polícia, o carro pertencia a "Dema" e foi utilizado no dia do assalto. "Acreditamos que esse carro possa ter sido usado em outros delitos do grupo. Vamos investigar", afirmou Góes.

Campana

O Cope descobriu que "Vaguinho" e "Azulão" tinham a intenção de praticar um novo assalto em Pinhais, no dia 30, e que haviam marcado um encontro no dia 29 para combinar a ação. No horário combinado, "Azulão" chegou acompanhado de um outro rapaz, em um Monza verde. Foi abordado pelos policiais e apresentou identidade falsa, recebendo voz de prisão. Na casa dele foi encontrado um revólver calibre 32, utilizado no assalto. É possível que tenha saído dessa arma o tiro que matou o vigilante Oromar Gonçalves Carneiro, 28 anos, que foi ferido no tiroteio em frente ao Bradesco. O laudo da Polícia Científica que vai detectar de que arma saiu o tiro que matou o vigilante e baleou a estudante universitária Débora Borin da Silva – vítima de uma bala perdida quando estava no ponto de ônibus em frente ao banco – ainda não foi concluído.

Primeiros suspeitos detidos são inocentados

Com a prisão dos quatro acusados do roubo ao carro-forte, Reginaldo Lopes Andrade, 27 anos, e Claudinei Ribeiro da Silva, 34, foram considerados inocentes. Os dois haviam sido detidos horas depois do tiroteio, por policiais militares, por estarem com um veículo semelhante ao que foi visto na hora do assalto. Eles confirmaram que estiveram presentes na agência, na hora do roubo, mas por pura coincidência.

Os dois permanecem detidos, conforme informações do delegado Marco Antônio, mas não pelo assalto. Eles são acusados de receptação, pois no veículo pertencente a Claudinei foram encontrados alguns telefones celulares, quatro deles furtados. Ainda de acordo com o delegado, nenhum dos detidos ou testemunhas ouvidas reconheceu Reginaldo ou Claudinei como participantes do assalto.

Mulheres integram a quadrilha

O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) também está à procura de duas mulheres integrantes da quadrilha que assaltou o carro-forte da Proforte. Uma delas menor de idade. Elas são as namoradas de "Dema" e "Azulão", dois dos bandidos já presos. "Há possibilidade de que uma delas esteja com o dinheiro do assalto", explicou o delegado. De acordo com funcionários da Proforte, os bandidos conseguiram roubar R$ 135 mil do carro blindado, levando dois malotes durante o tiroteio que se travou em plena rua. A namorada de "Dema",17 anos, tem parentesco com pessoas ligadas ao tráfico de drogas no Parolin. Já a namorada de "Azulão", chamada de Ângela, é conhecida em Foz do Iguaçu por "Lili Carabina", conforme a polícia.

Do grupo detido, Flávio e Mário não têm antecedentes criminais. "Azulão" responde a um inquérito e quatro processos por roubo. Inclusive, saiu recentemente da Penitenciária Central do Estado (PCE) em Piraquara. "Vaguinho" responde inquérito por formação de quadrilha e tráfico de drogas e também tem processo por roubo.