Cai a quadrilha de Ivanildo Sitorski

A quadrilha liderada por Ivanildo Sitorski, 40 anos, foi desbaratada por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Sitorski, a mulher dele, Márcia Maria Vanucci, 37; o filho dela, de 17 anos; Josias Mendes de Oliveira, 25, e Ronaldo Bernardon, 23, foram presos na segunda-feira. No mesmo dia, Fábio Henrique Vinhas Stropano, o "Ananias", 17 anos, foi morto em confronto com investigadores. Ainda está foragido Antônio Valdir Lourenço dos Santos Júnior, mais conhecido como "Beca" ou "Juninho", 26 anos.

Com o grupo foram apreendidos sete armas, sendo três pistolas e quatro revólveres, nove celulares, R$ 2.600,00, computador e dois veículos. Além de um caminhão carregado de cigarros, roubado na segunda-feira. "Todos irão responder por formação de quadrilha, roubo, receptação e porte ilegal de arma de uso restrito. Se condenados por todos os crimes, podem permanecer mais de 20 anos na prisão", salientou o delegado Marco Antônio Góes, que coordenou a operação. Ele disse que Sitorski e a mulher também foram autuados por corrupção de menores.

As investigações para desmantelar o grupo iniciaram há 40 dias, quando Ivanildo Sitorski fugiu da Colônia Penal Agrícola (CPA), onde cumpria pena de 15 anos por diversos crimes. "Eles foram responsáveis por dois roubos de cargas de cigarros em Itajaí (SC) e em Curitiba, e uma tentativa de assalto contra o Banco Itaú, no Umbará, onde roubaram somente as armas dos vigilantes", contou o delegado.

Roubo

Na segunda-feira passada, por volta das 9h, uma carga de cigarros da empresa Souza Cruz, avaliada em R$ 50 mil, foi tomada em assalto, em Ponta Grossa. Desconfiados de que a carga vinha para Curitiba e havia sido roubada pela quadrilha de Ivanildo, o delegado e os investigadores do Cope foram para a BR-277 e aguardaram em um posto de combustível, nas proximidades do último pedágio antes de Curitiba.

Coincidentemente, os bandidos também resolveram parar no posto, por volta das 11h de segunda-feira. "Ananias" entrou no restaurante e o Ivanildo ficou no caminhão. Conhecido pela polícia desde a década de 80, quando entrou no mundo do crime roubando veículos no Paraná e Santa Catarina, Ivanildo foi reconhecido pelo delegado, que fez a abordagem. Ao ver o seu "chefe" sendo preso, "Ananias" tentou resgatá-lo e atirou contra Marco Antônio, que revidou. Com a aproximação dos investigadores, o rapaz desistiu e se embrenhou no matagal.

Por volta das 15h, os policiais foram até o apartamento de Josias, que residia há três meses no 11.º andar de um edifício na Avenida Paraná, esquina com a Rua Desembargador Aurélio Feijó, no Boa Vista, e detiveram o assaltante quando ele chegava no prédio, ocupando o Pálio placa MBL-2553, de Itapema (SC). No apartamento foram apreendidos R$ 2.600,00 e um computador. Na seqüência, os policiais receberam informações que Ronaldo havia sofrido um acidente de carro e estava no Hospital Cajuru, onde foi preso.

O delegado contou que recebeu informações de que a mulher de Ivanildo e o filho do casal – de 17 anos -, estavam indo buscar "Ananias", em uma estrada próxima a São Luís do Purunã. "Fomos até o local e efetuamos a prisão de ambos", relatou.

Por volta das 21h, os policiais foram informados pelos policiais rodoviários que um rapaz com as características de "Ananias" estava tentando roubar veículos na BR-277, nas proximidades do posto de combustível. "Fomos até o local e quando ele percebeu que éramos policiais, atirou", contou o delegado Marco Antônio. No revide, os policiais feriram "Ananias", que foi removido para o Hospital Evangélico, mas não resistiu.

Patrimônio de dar inveja a qualquer um

A polícia calcula que o patrimônio de Ivanildo Sitorski gire em torno de R$ 5 milhões, entre imóveis e veículos, amealhados nos últimos 20 anos no mundo do crime. "Inclusive estava começando a construir um motel, na BR-116, próximo ao Clube Santa Mônica. Era um presente para o filho, que administraria o novo negócio da família", relatou o delegado Marco Antônio Góes, do Cope.

Com uma extensa ficha criminal, com passagens por furto, roubo, receptação, formação de quadrilha, ameaça e estelionato, Ivanildo responde a 16 inquéritos policiais. Apesar disso, seu advogado convenceu a Justiça de que ele merecia cumprir pena em regime semi-aberto, com autorização inclusive para sair da Colônia Penal Agrícola (CPA). O primeiro benefício foi suficiente para ele retornar livremente para o mundo do crime e começar a planejar e executar os roubos.

De acordo com a polícia, Sitorski começou furtando e roubando carros, junto com seu irmão Silvio, 46, que foi preso em julho do ano passado, por policiais de São José dos Pinhais. Silvio agia no crime desde a década de 70. Depois Ivanildo se especializou em roubo de camionetas e anos mais tarde, tratores. Na década de 90, começou a roubar cargas, principalmente de cigarros. "Ele mesmo roubava e negociava com receptadores no Paraná e em Santa Catarina", salientou o delegado.

Como era Sitorski quem recebia o dinheiro das negociatas, ele costumava "chutar" os comparsas (não dividir de forma igual o resultado financeiro do roubo) e ficou mal visto no mundo do crime, perdendo integrantes do bando e passando a angariar novos, como "Ananias", que era responsável por diversos assaltos, homicídios e latrocínios (roubo com morte) em Colombo. "Com comparsas mais jovens, ele ficava com a maior parte dos lucros", salientou o policial.

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