Cafetina passa o Natal longe da luxúria

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Mirlei estará longe das costumeiras
festas que promovia.

O jogo de empurra-empurra da Justiça está contribuindo para que a cafetina Mirlei de Oliveira, 47 anos, permaneça presa na Penitenciária Feminina de Piraquara. Este ano a "Baronesa do Sexo" passará o Natal na cadeia, sem nenhuma regalia, uma vez que ainda não se definiu qual juiz julgará as acusações que pesam sobre ela. De acordo com o advogado Alexandre Salomão, que defende Mirlei juntamente com Elias Matar Assad, o processo já foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, para que o impasse seja solucionado.

Assim que a cafetina foi presa, no dia 26 de setembro, o processo foi enviado à Justiça Estadual. Acusada, em princípio, de lenocínio e tráfico internacional de mulheres, uma vez que agenciava garotas de programa em várias cidades do Brasil e exterior, tendo seus "negócios" expandidos até mesmo para a Europa e a África, Luís Taro Oyma, – Juiz da 7.º Vara Criminal – afirmou ser incompetente para julgar o caso. O processo foi encaminhado então à Justiça Federal, e esta ouviu a ex-garota de programa Maria Luiza Carvalho, que denunciou todo o esquema de Mirlei à polícia. Com o depoimento, a Justiça Federal afirmou que julgaria apenas a acusação referente ao tráfico internacional de mulheres. Oyama não aceitou o desmembramento do processo, afirmando que os fatos são indissociáveis, e com isso nem a Justiça Estadual nem a Federal assumiram o processo por completo. Com o impasse da competência o caso foi enviado pela defesa ao Superior Tribunal de Justiça, o qual está responsável pelo julgamento do pedido de liberdade da cafetina e pela decisão da justiça competente. "Caso o Superior Tribunal de Justiça também se julgue incompetente iremos recorrer ao Supremo Tribunal Federal, pois Mirlei nem deveria estar presa uma vez que ninguém analisou a causa", disse Salomão.

Prisão

Mirlei foi presa em Balneário Camboriú (SC), por policiais do 1.º Distrito Policial de Curitiba, depois de ser procurada por mais de 30 dias. A "Baronesa do Sexo" ganhou o apelido depois de agir durante anos como uma das mais famosas cafetinas do País, tendo seu prostíbulo freqüentado por policiais, políticos e empresários influentes.

A luxúria da cafetina chegou ao fim em agosto, quando a ex-garota de programa Maria Luiza Carvalho, 23, denunciou Mirlei por extorsão, tráfico internacional de mulheres e lenocínio. Depois de presa, outros funcionários foram à polícia denunciar outros crimes que a cafetina teria cometido, como o de tráfico de drogas, uma vez que ela disponibilizava cocaína para clientes e por estelionato, já que teria queimado um carro para receber o valor do seguro. Estas acusações ainda estão sendo investigadas pela polícia.

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