A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vistoriou anteontem as carceragens das delegacias de Pinhais e São José dos Pinhais. A comissão detectou celas precárias, superlotadas, úmidas, com insetos, risco de proliferação de doenças e presos doentes. Na semana que vem, a OAB deve comunicar as autoridades municipais e estaduais. A situação pode determinar a interdição das carceragens, assim como aconteceu com o 11.º Distrito Policial (CIC), e 12.º DP (Santa Felicidade), nos dois últimos meses.
Em Pinhais, a cela para 16 pessoas abriga 61, entre eles 12 condenados e três adolescentes, que deveriam ter sido transferidos. Os presos dormem por revezamento. Dezesseis deles, que até pouco tempo tinham que fazer necessidades em sacos plásticos, vivem no corredor, que está sempre alagado. Há casos de micoses, sarna, piolho, asma e bronquite. A comissão também constatou que, nas dezenas de carros parados no pátio, há o risco da proliferação de mosquitos.
São José
Em São José dos Pinhais, o espaço projetado para 36 pessoas abriga 119. Lá, segundo a comissão, as celas vertem água das paredes e não há ventilação e luz do sol. Há baratas, aranhas e ratos. Os presos mostraram pernas feridas pelas doenças de pele. Um rapaz reclamou que tem câncer no pâncreas e não está recebendo atendimento médico.