Foto: Átila Alberti
Corpo de Antônio estava na valeta da Rua João Enéas Ramos de
Sá, no Tatuquara.

Morto com um tiro no pescoço, o jovem Antônio Espirito Santo Junior, 24 anos, foi encontrado numa valeta, na Rua João Enéas Ramos de Sá, no Tatuquara, em Curitiba, a menos de duas quadras da 2.ª Companhia do 13.º Batalhão. O crime, segundo alguns populares, aconteceu por volta de 4h de ontem, quando alguns tiros foram ouvidos na vila. O corpo só foi encontrado por volta de 6h30.

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Antônio trabalhava com o pai como camelô e, segundo o investigador Joacir, da Delegacia de Homicídios, há dois meses estava fazendo tratamento para livrar-se das drogas. ?Algumas pessoas disseram ter ouvido um tiro, em seguida mais cinco, no início da madrugada. Vamos ouvir os familiares e identificar se ele estava sendo ameaçado. Já temos alguns suspeitos, mas o sigilo faz parte da investigação?, contou Joacir.

Despedida

Muita gente acordou cedo para saber quem havia morrido na vila. Centenas de pessoas se aglomeravam em volta do corpo e em silêncio acompanhavam de perto o trabalho de perícia do Instituto de Criminalística.

A cena que mais entristeceu os populares foi quando, pouco antes do corpo ser recolhido pelo IML, o irmão mais novo, segurou a mão de Antônio e como forma de despedida a beijou.

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Uma mulher, com lágrimas nos olhos, disse não conhecer a família, mas compartilha do momento de tristeza. Segundo ela, seu filho é usuário de drogas e sempre que escuta tiros na madrugada, reza para que ele não seja a vítima da vez. ?Meu filho era trabalhador, já tentou se tratar, mas agora tudo o que ele tem, gasta com o crack?, contou a mulher.