Heroína

Cabo da PM domina sozinha ladrões de carro no Mercês

Uma cabo da Polícia Militar encheu de orgulho as mulheres da corporação. Na noite de quinta-feira, sozinha e a caminho de casa, ela prendeu três assaltantes, que aterrorizaram pelo menos sete vítimas em poucas horas, na região central de Curitiba. A ação foi elogiada por várias testemunhas.

Em companhia de um adolescente de 15 anos, Yago Alan Ferry, 18 anos, e Claudinei dos Santos Amâncio, 24, roubaram um Fox amarelo, perto da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no início da noite, e usaram o veículo para abordar várias pessoas nas redondezas do Museu Oscar Niemeyer, Centro Cívico. As vítimas eram principalmente universitários que seguiam para a aula e tiveram vários objetos pessoais tomados pela quadrilha. O grupo agia com tanta violência que uma das pessoas, atingida por coronhadas, precisou de atendimento médico.

Atenta

A caminho de casa em sua motocicleta, a cabo Esther, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, ouvia o rádio de sua equipe, quando se deparou com o veículo anunciado como roubado. Ela foi dando informações sobre o deslocamento do automóvel até que, por volta das 23h30, os assaltantes pararam em um posto de combustíveis, na esquina da Avenida Manoel Ribas com a Rua Jacarezinho, nas Mercês, para abastecer. Mesmo sozinha, ela decidiu abordá-los.

Os dois adultos foram rendidos, sem reagir. Já o adolescente, que dirigia o veículo, conseguiu fugir, mas foi localizado por equipes que chegaram em apoio. Os adultos foram encaminhados à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), com o carro, e o garoto, à Delegacia do Adolescente.

Reconhecimento

Um dos detidos portava um revólver calibre 32, com a numeração lixada. De acordo com testemunhas, o adolescente estava armado durante os roubos, mas não foi encontrada nenhuma arma com ele. O delegado Gerson Machado, titular da DFRV, disse que sete vítimas reconheceram os assaltantes. “Pode haver outras, pois dentro do carro foram encontrados objetos provavelmente roubados de empresas”, contou.

Coragem

O comando do 12.º Batalhão pretende sugerir promoção à cabo Esther, que foi elogiada por funcionários do posto. Tida como heroína por testemunhas e alguns colegas de profissão, a cabo reagiu com simplicidade aos comentários. “Como eu estava passando todas as informações pelo rádio, não tive medo de abordá-los, pois sabia que o apoio estava a caminho. Agi dentro das técnicas policiais, com a máxima segurança. Não acho que foi heroísmo”, disse a policial.

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