?Buda? diz que bebe, mas é inocente em homicídio

Procurado pela polícia como sendo um dos assassinos de Suzana de Abreu Szacowski, 18 anos, Luciano Mikos, conhecido como ?Buda?, 32 anos, procurou a Tribuna para dizer que é inocente e é acusado injustamente. Ele está com mandado de prisão temporária, por cinco dias, decretada pela Justiça, mas seus advogados César Zerbini e Rubyo dos Anjos informam que só vão apresentá-lo após revogarem a prisão.

Luciano justifica que não se apresenta devido à acusação de estupro da jovem. ?Temo pela minha integridade. Se eu for preso e fizerem alguma coisa de mal para mim, me mato?, alega. Ele diz que não conhecia Suzana e que não era um dos convidados para a festa do pijama, onde a jovem tinha ido antes de ser morta. Segundo ele, naquele dia tomou cachaça e antes da meia-noite estava dormindo em casa. ?Todo mundo viu minha mãe me levando para casa. Eu só ia na casa do Claudinho (Cláudio Lopes de Oliveira, 36 anos – preso na última sexta-feira), e em dois bares perto da minha casa?, salientou.

Ele confessa que é alcoólatra e também usa crack de vez em quando. ?Sou casado com a cachaça. A pinga é minha mulher?, conta, dizendo que não mantém relações sexuais há oito anos. ?Só preciso da cachaça.?

Tráfico

Segundo Luciano, a polícia está atrás dele porque um traficante de drogas, conhecido como ?Space?, morador na favela do Papelão, o acusou. Em 24 de junho, Luciano foi até a favela comprar uma pedra de crack e levou R$ 5,00. Porém, ?Space? lhe disse que o preço era R$ 10,00. Completamente alcoolizado, Luciano teria ameaçado colocar fogo na casa de ?Space? e teria dito: ?Já morreu uma lá em cima, não custa matar outro aqui?, se referindo à morte de Suzana. ?Space?, que conhecia Suzana e fornecia drogas para ela e para os dois rapazes, que figuraram como suspeitos durante quase todo o inquérito, procurou a polícia e denunciou Luciano e seu colega Cláudio.

Defesa

De acordo com o advogado César Zerbini, no inquérito foram ouvidas várias pessoas, que indicam outros dois indivíduos como assassinos. Segundo ele, diversas testemunhas disseram que Suzana foi vista na companhia dessa dupla, em um carrinho de cachorro-quente. ?As prisões destas duas pessoas chegou a ser decretada e foram revogadas. É estranho que apenas uma testemunha invalide o depoimento de tantas outras?, afirma o defensor.

Ao tomar conhecimento da entrevista, o delegado Arten Dach, responsável pelo inquérito, disse que ?a imprensa não é o meio apropriado para o acusado se defender?. O delegado conta que pediu a prisão para prosseguir as investigações.

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