Litoral

‘Bruxas de Guaratuba’: Justiça pede prisão de Beatriz Abagge

Com base em entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF), a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba determinou a prisão de Beatriz Cordeiro Abagge, condenada em maio de 2011 a 21 anos e quatro meses de reclusão pela morte do menino Evandro Ramos Caetano, que tinha seis anos na época. O crime ocorreu em Guaratuba, no litoral paranaense, em 1992, num ritual de magia.

Evandro, a vítima, tinha seis anos na época. Um dia a verdade irá aparecer? / Foto: Arquivo

Após o reconhecimento, pelo STF, de que a execução da pena de prisão pode ser cumprida após decisão de segundo grau e que isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência, o Ministério Público requereu o imediato cumprimento da decisão condenatória, com a expedição de mandado de prisão contra a sentenciada. O mandado ainda não foi cumprido, pois a ré não foi encontrada, sendo considerada foragida.

Relembre o caso

Beatriz foi julgada em 2011 pelo assassinato e sequestro do menino Evandro, de seis anos, que teria sido morto em um ritual de magia negra encomendado por ela e pela mãe dela, Celina. O primeiro julgamento aconteceu em 1998 e foi o mais longo júri da história da Justiça brasileira – durou 34 dias. Na época, mãe e filha foram consideradas inocentes porque não ficou comprovado que o corpo encontrado desfigurado em um matagal era de Evandro.

O Ministério Público (MP) recorreu da decisão e pediu um novo julgamento alegando que a perícia da arcada dentária e o exame de DNA que provavam que o corpo era do menino. Quase um ano depois, em março de 1999, o júri que absolveu Beatriz e Celina foi anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná.

Beatriz foi condenada por homicídio triplamente qualificado: por motivação torpe (promessa de recompensa a terceiro), meio cruel e porque a vítima foi morta quando se encontrava indefesa.

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