O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou nesta quinta-feira (10) que, em 2007, 92 índios foram assassinados no País, o maior número de casos desde 1988, quando a entidade começou a fazer o levantamento anual, e 62% a mais que em 2006, ano em que 57 indígenas foram mortos. Os dados são da publicação Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, divulgada nesta quinta (10) na 46ª Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com informações sobre violência praticada contra os povos nativos brasileiros e violações dos direitos deles. A situação é acompanhada pelo Cimi por meio do trabalho de missionários e do levantamento de dados dos casos.

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O Mato Grosso do Sul tem sido o Estado com o maior número de homicídios – foram 27 casos em 2006, dois a menos do que os registrados em 2005, e 53 em 2007, 99% maior que em 2006. O relatório também chama a atenção para a situação no Maranhão, onde foram registrados dez assassinatos, e em Pernambuco, com sete casos. Das ocorrências de homicídios de 2006, o conselho aponta 11 praticadas por não-indígenas.

Os meios usados foram armas de fogo (em 12 casos) e brancas, como facas, canivetes e facões (28), e outros, como pedaços de madeira, ferro, espancamentos ou recursos desconhecidos. Em 2007 predominou o uso de armas brancas: são 42 casos cometidos com faca, facão ou foice, 24 assassinatos por arma de fogo e outros por espancamentos e estrangulamentos. O parecer chama a atenção para os acontecimentos na Bahia, onde, em 2004 e 2005, não houve registro de assassinatos e, em 2006, cinco casos ocorreram.

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