O óleo transportado pelo caminhão |
Um caminhão carregado com óleo vegetal – placa AKJ-9946, de Maringá -tombou e explodiu no quilômetro 671 da BR-376, nas proximidades do trecho conhecido como curva da Santa, na Serra do Mar, em direção a Joinville (SC), à 1h50 de ontem. Duas pessoas morreram no local. Uma delas seria o ajudante de motorista Alex Narciso, 23 anos, cujo corpo foi encaminhado ao Instituto Medico Legal (IML) de Paranaguá. A outra, o próprio condutor do caminhão. Completamente carbonizado, o motorista não foi identificado no local do acidente. O corpo foi transportado para o IML de Curitiba. Com o tombamento, segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), 20 mil litros do produto vazaram para o Rio da Santa, afluente do Rio São João.
Equipes do IAP passaram todo o dia de ontem percorrendo o rio, na tentativa de impedir que o óleo cause algum impacto ambiental na região. De acordo com o IAP, o óleo que vazou chegou rapidamente ao Rio São João, por causa do declive existente na Serra do Mar. O monitoramento dos dois rios deve prosseguir pelo menos até o fim de semana.
Rasca Rodrigues, presidente do IAP, informou que eles foram comunicados do acidente somente às 5h da manhã, e rapidamente atenderam ao chamado. Até o final da tarde, o instituto informou que nenhum animal morto tinha sido encontrado.
Meia pista
O trecho onde ocorreu o acidente foi interditado em meia pista desde as 3h, mas pela manhã já havia sido liberado. A partir do meio-dia, com os destroços do caminhão levados para o acostamento, o trânsito no local pôde ser liberado. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante a tarde o trânsito na rodovia estava normal.
"Desde a madrugada nossas equipes estão trabalhando no local. Foram grandes quantidades de óleo e ainda não temos previsão do impacto que pode ter ocorrido no rio e na vegetação. O produto se mistura com a água e dilui. Ainda não sabemos as conseqüências do acidente", disse Rasca. "Esse trecho da BR-376 é muito complicado e sempre tivemos problemas nesse ponto. O acidente ocorreu de madrugada e durante os próximos dias estaremos trabalhando para levantar novas informações. Somente após isso, poderemos falar em valores de multa", afirmou.
Problemas
Nos três primeiros meses do ano, foram registradas 69 ocorrências, com 10 feridos graves neste mesmo trecho. Na época, pessoas que sofreram acidentes no local estavam estudando a possibilidade de entrar com uma ação na Justiça pedindo indenização. Os erros de engenharia na pista foram confirmados por um laudo elaborado por peritos contratados pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura do Paraná (Crea-PR). O estudo foi realizado em 2003. Segundo o laudo dos especialistas, a curva da Santa estava com superelevação, que é uma inclinação que ajuda o carro a fazer a curva, abaixo do padrão recomendado e também com problemas no sistema de drenagem. Esses fatores favorecem a ocorrência de acidentes no local.
O Departamento Nacional de Transportes Terrestres (Dnit), no entanto, informou ontem que todas as obras que estavam previstas para o local estão a ponto de ser finalizadas. Além da adequação da superelevação, houve um alargamento das faixas. Um novo asfalto com borracha foi colocado no local, para aumentar a aderência. De acordo com Gilberto Massucheto, engenheiro do Dnit, além da curva da Santa, o trecho próximo à Represa do Vossoroca também passou por obras de recuperação. Ele destaca que uma nova sinalização foi disposta na rodovia, para atentar os motoristas sobre os trechos mais perigosos. "As obras foram iniciadas no começo do ano e estavam previstas para terminar antes do Natal. No entanto, o mau tempo impediu que o asfaltamento fosse terminado", disse.