O Corpo de Bombeiros já registrou, nesta temporada, cinco mortes por afogamento no litoral paranaense. Em todo o Estado, porém, já aconteceram 17 mortes pelo mesmo motivo desde o dia 16 de dezembro, quando teve início a Operação Viva o Verão. Somente no fim de semana de réveillon foram registradas três mortes na Costa Leste, duas nas prainhas do Lago de Itaipu, no Oeste, e uma em represa de Ivaiporã, região Central do Estado.
O número de óbitos no litoral desde meados de dezembro até o primeiro dia de 2006 foi igual ao do mesmo período de 2005. O número de salvamentos, porém, diminuiu: enquanto em primeiro de janeiro do ano passado os bombeiros já haviam salvado 492 pessoas desde o início da temporada, este ano, o número registrado foi de 395. Além disso, apenas no primeiro dia de 2005 aconteceram 128 salvamentos, contra 33 no mesmo dia em 2006. ?Acreditamos que a população flutuante foi embora mais cedo?, justifica o relações públicas do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes dos Santos.
A média de salvamentos desde o início da Operação Verão chega a 29 por dia. ?A tendência é acalmar a partir do encerramento das festas de fim de ano até o Carnaval, quando há de novo uma ?explosão? de turistas no litoral?, acredita o tenente. A expectativa é que a média seja fechada em 22 salvamentos por dia até o fim da temporada, assim como no ano passado.
Mortes
Apesar dos alertas, as mortes foram inevitáveis neste início de verão. Em nove dias, foram cinco afogamentos no litoral. O primeiro deles foi de uma garota de 12 anos, no dia 23 de dezembro, na Baía de Antonina. Menos de uma semana depois, o jovem Maurício Andreata, 19 anos, de Curitiba, morreu afogado no balneário Shangrilá, em Pontal do Paraná.
Perto da virada de ano, na manhã de sábado (31), Adverci Antônio de Paula, 27 anos, morreu provavelmente em decorrência de um ataque epilético enquanto nadava próximo à Fortaleza da Ilha do Mel. Na noite do mesmo dia, o curitibano Reginaldo Aparecido de Campos, 20 anos, também morreu afogado enquanto nadava com mais duas pessoas no balneário de Matinhos. O corpo foi achado somente ontem pela manhã.
A quinta morte no litoral foi na tarde de domingo (1), no balneário Costa Azul. Adriano Amaral de Castro, 18 anos, apesar das placas de sinalização, entrou em uma região considerada de risco e foi arrastado pela correnteza para uma vala. O corpo foi encontrado na tarde de ontem, próximo ao Balneário Albatroz, a 1.500 metros do local do afogamento.
No interior do Estado, das 29 ocorrências feitos desde quando começou a Operação Verão, 17 resultaram em mortes.
Em 27 horas, 15 mortes
Nas primeiras 27 horas de 2006, 15 corpos – vítimas de mortes violentas – passaram pelo necrotério do Instituto Médico Legal de Curitiba. "O ano começa violento", comentou um dos funcionários do órgão. A última morte violenta foi registrada à 1h de ontem, sendo vítima Luiz Alberto Ferreira, que morreu no Hospital Evangélico em decorrência de queimaduras. Ele havia se acidentado no início da madrugada do dia 25 de dezembro (Natal) e encaminhado ao centro hospitalar. Dentre os 15 casos de morte violenta estão cinco vítimas de arma de fogo; uma de arma branca; uma de agressão física; duas de colisão; duas de atropelamento; uma de queda de nível; uma de queimadura e duas mortes a apurar.
Em 2005, passaram pelo necrotério do IML de Curitiba 2.919 corpos de vítimas de assassinatos por arma de fogo, arma branca, agressão física e outros. O IML da capital atende, além de Curitiba, outros 26 municípios da Região Metropolitana.